Vulcão supera problemas e sonha com acesso antes do planejado

Alessandro Gaiga admite dificuldades, mas se mostra otimista com futuro do clube


O Poços de Caldas Futebol Clube retomou as atividades no ano passado, com a proposta de disputar a Segunda Divisão do Campeonato Mineiro.

Com uma nova diretoria, liderada pelo presidente Alessandro Gaiga, o Vulcão teve muitas dificuldades para voltar a campo, mas o clube superou as adversidades e conseguiu um resultado final que pode ser considerado positivo, apesar de não ter conquistado o acesso.

Confira abaixo as impressões do presidente sobre a volta do Vulcão e ainda acerca dos próximos desafios.

Qual era a expectativa antes do início da Segunda Divisão? A chegada ao hexagonal final surpreendeu?
Alessandro – Nós estávamos passando por muitos problemas do passado em termos de dívidas, altas e complicadas. Pagamos algumas que nos atrapalhavam. Na Federação Mineira de Futebol, por exemplo, não tinha acordo.

A dívida precisava ser quitada para poder participar do campeonato. Então, a expectativa era apenas de participar e de classificação era praticamente zero. Claro que entramos em campo para ganhar, mas sabendo das limitações, a gente não tinha pretensão de chegar no hexagonal.

Quando classificamos, nos surpreendemos, mas criamos depois uma expectativa boa porque formamos um time de pegada, de raça, de pegada. O time deu liga. Não tivemos um problema sequer de briga, desarmonia ou indisciplina.

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O Vulcão ficou próximo do acesso ao Módulo II. Em quanto tempo a diretoria calcula que possa ser possível chegar ao Módulo I do Campeonato Mineiro?
Alessandro – Nós criamos um planejamento de conseguir o acesso entre quatro e cinco anos para o Módulo II. E de seis a sete anos para o Módulo I.

De repente, a gente se viu próximo do acesso. Se não fosse o problema da arbitragem no jogo em casa contra o Aymorés, que não deram dois pênaltis para o Vulcão e anularam um gol, a gente poderia até ter vencido.

Isso atrapalhou demais o planejamento. A FMF reconheceu que os erros aconteceram, mas o STJD não anula ou altera o resultado do jogo. A gente percebeu que dá para encurtar esse prazo de acesso. Temos um plano ainda mais ousado, que é chegar à Série B do Campeonato Brasileiro entre 12 e 13 anos.

Até que ponto os problemas financeiros do clube atrapalharam o desenvolvimento do trabalho da atual diretoria?
Alessandro – Esses problemas atrapalharam absurdamente. Tivemos que pagar uma dívida de quase R$ 70 mil junto à FMF. Dinheiro que poderia ser investido no elenco. Pagamos débitos com Prefeitura, Receita Federal, governo do Estado, empresa de ônibus…

Tudo está pago, jogadores, comissão técnica, aluguel de alojamentos. Estamos muito felizes, essa gestão não deve um real a ninguém. Só temos agora dívidas trabalhistas do passado, que estão sendo acertadas. Agora, o fato de não ter público e ter que gastar R$ 7 mil por jogo em testes de Covid-19 também nos atrapalharam demais.

Se neste ano tiver que pagar os testes de novo, sem apoio da FMF, se não tiver público e sem patrocínios, não vamos disputar o campeonato em 2021. A gente pula esse ano.

Como a atual diretoria lidou com o episódio da contratação do goleiro Bruno, que acabou não dando certo?
Alessandro – O Bruno foi o pivô da minha saída da diretoria anterior. Quando falaram que ele vinha, eu sai. Depois que o presidente anterior foi afastado pela diretoria, eu assumi. Eu não queria o Bruno. Mas haviam outros problemas além do Bruno. Aliás, ele era o menor dos problemas.

Não havia porque gastar um dinheiro com um jogador que ia ficar só treinando. Quando eu assumi, o Bruno ainda estava com contrato em aberto. Eu e o vice-presidente Fábio Paulista nos reunimos com ele, que surpreendentemente, perdoou as dívidas do passado. Quem contratou, contratou para fazer graça. No final, o Bruno acabou nos ajudando pelo perdão da dívida.

Qual o planejamento do clube para essa temporada de 2021?
Alessandro – Para 2021, temos um foco grande nas categorias debase. Estamos aguardando uma sinalização do Comitê Covid-19 para que a gente possa começar o treinamento do sub-17 e sub-20. Nosso foco é botar para treinar esses dois times.

Também queremos dar início neste ano ao futebol feminino. Em junho, vamos começar a formação do elenco que irá disputar o Campeonato Mineiro da Segunda Divisão. Temos também outras modalidades como o e-sport, o futebol de mesa, a ginástica rítimica e devemos começar em breve com uma equipe de judô.

Além do futebol, todas essas modalidades também vão representar o Poços de Caldas Futebol Clube pelo Brasil afora.