Vereadores aprovam Moção de Repúdio contra declarações de secretário

Thiago Mariano normalizou em entrevista os atrasos nos salários de médicos da Santa Casa

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Na última semana, a Câmara de Poços de Caldas aprovou uma Moção de Repúdio contra o secretário municipal de Saúde, Thiago Mariano (PSD), em razão de declarações feitas durante entrevista a uma emissora de rádio local.

As falas do secretário, que segundo os parlamentares tratam como “normal” os atrasos nos pagamentos dos médicos que prestam serviços ao Hospital da Santa Casa, geraram forte reação entre os vereadores e a classe médica.

A Moção foi proposta pelos vereadores Flávio Togni de Lima e Silva (MDB), Tiago Braz (Rede), Lucas Arruda (Rede), Luzia Martins (PDT) e Sílvio de Assis (PMB).

No documento, os parlamentares criticam a postura do gestor, destacando que os profissionais de saúde merecem respeito e valorização, independentemente do tipo de vínculo trabalhista.

“É importantíssimo destacar que os médicos que prestam serviços à Santa Casa atuam em um dos mais essenciais serviços, a Saúde. Devem, portanto, ser valorizados e respeitados. A condição na qual um profissional da saúde presta seus serviços, seja por meio de um contrato trabalhista ou não, não pode, jamais, ser motivo para a relativização da importância deste”, afirma a Moção.

O vereador Tiago Braz (Rede) reforçou a gravidade da situação. “Essa Moção reflete o descontentamento da classe médica, que repudiou as falas do secretário por normalizar os atrasos. Atrasos precisam ser explicados e solucionados, e não tratados com descaso, transferindo a responsabilidade para os profissionais. O secretário teve uma fala infeliz, adotando um comportamento inaceitável. Não podemos aceitar atrasos nos pagamentos nem a postura de um gestor que deveria defender esses trabalhadores. Vamos continuar cobrando para que todos os prestadores de serviços, e não apenas os da Saúde, recebam em dia”, declara.

A Moção também enfatiza que atrasos nos pagamentos violam os direitos dos profissionais, que precisam receber pelo serviço prestado de forma pontual, sob pena de sanção à contratante.

“É inaceitável que uma autoridade pública utilize um meio de comunicação para ironizar e debochar das reivindicações de uma categoria tão importante”, critica outro trecho do documento.

O vereador Flávio Togni de Lima e Silva (MDB) destacou o papel do gestor público em lidar com situações como essa.

“Os médicos trabalham muitas vezes em plantões de 12 ou 24 horas, ao lado de outros profissionais competentes, para atender à população. No entanto, eles também têm suas famílias e precisam de seus rendimentos. Não podemos tratar como normal o atraso nos repasses para hospitais ou profissionais que desempenham funções tão importantes. Mesmo quando há problemas com o repasse de recursos, é responsabilidade do gestor público minimizar os impactos, assumir sua responsabilidade e trabalhar para que os pagamentos sejam feitos o mais rápido possível”, conclui.