Uso de águas subterrâneas pode ser saída para enfrentar insegurança hídrica

O uso de águas subterrâneas para abastecimento humano e outras necessidades não é uma novidade e, segundo a Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (Abas), praticamente todos os países exploram esse recurso.

Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Holanda, Hungria, Itália, Marrocos, Rússia e Suíça são alguns dos países onde de 70% a 90% da demanda de abastecimento é suprida pelas águas subterrâneas.

Olhando para o Brasil e, especialmente para o estado do Rio de Janeiro, o aumento do uso deste recurso pode ser uma das saídas para resolver a insegurança hídrica.

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Em 2016, segundo dados da Agência Nacional de Águas (ANA), 42% dos municípios brasileiros tinham os mananciais subterrâneos como fonte principal para abastecimento público da população. Os outros 58% dos municípios se utilizavam de águas superficiais, como rios.

Atento a essa possibilidade de exploração, o Subcomitê Leste do Comitê de Bacia da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara discute o tema “Potencial de exploração de águas subterrâneas na Região Leste, seus riscos e seus impactos” em mais uma Roda de Conversa, no dia 30 de junho.

O evento, virtual e gratuito, é o terceiro de uma série de sete, que vão basear um workshop sobre Segurança Hídrica, planejado para 2023.

O que são águas subterrâneas?
Água subterrânea é toda aquela que se encontra abaixo da superfície, se alojando em poros ou vazios das rochas e formando lençóis freáticos e aquíferos.

A água subterrânea, que é doce e limpa, é responsável pelo abastecimento de rios, lagos, lagoas e outros corpos hídricos naturais. Além disso, é explorada para abastecimento público da população, empresas e indústrias, no Brasil e no mundo.

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O uso doméstico é feito através de poços artesianos, que só podem ser construídos com autorização do Poder Público.

O Brasil é abundante em água doce. Exemplo disso é fato de o país abrigar, junto com os vizinhos Argentina, Uruguai e Paraguai, o Aquífero Guarani, um gigantesco reservatório com mais de 1,2 milhão de km² e capacidade de armazenar até 160 trilhões de litros de água. Reconhecido como o maior aquífero do mundo, sua maior porção, equivalente a 840 km², está em território brasileiro.