Um poema para Pelé

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Escrevo no presente
Sobre um nome sem fim
Que pelo olhar da gente
Fez do campo um jardim

Teve nos pés a bola
E na cabeça a paz
O corpo foi a mola
De um rei que agora jaz

Um drible, um chuto e um golo
Cada qual, saudade
A côdea e o miolo
De um pão sem ter idade

O seu nome é Pelé
E sem acento fez
Da pele como ela é
Negrume e robustez

Sem estádios à míngua
Ele fez-se ao ataque
Em Português, a língua
Do Brasil, o sotaque

3 de janeiro de 2023
(Adeus, Pelé!)

* Jorge Mangorrinha é professor universitário, pós-doutorado em turismo, escritor e cronista. Português de Caldas da Rainha, foi ex-vereador na cidade portuguesa e um dos articuladores do processo de irmanação entre Poços de Caldas e Caldas da Rainha, no começo da década de 2000