Suor em excesso pode ser tratado com procedimento cirúrgico
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O suor excessivo pode ser um problema constrangedor, mas o que poucas pessoas sabem é que se trata de uma doença e que ela tem soluções razoavelmente simples.
A principal função do suor é o controle da temperatura do corpo. Quando está calor ou são realizadas atividades físicas a temperatura do corpo aumenta e o Sistema Nervoso Autônomo (SNA) produz suor para que evapore e diminua a temperatura corporal.
O SNA também é responsável por regular várias funções do corpo de forma automática, como a frequência cardíaca, a motilidade do intestino e das pupilas e outras.
O médico Marcos Chesi, cirurgião torácico e especialista em tratamento de hiperidrose do Hospital VITA, em Curitiba, explica que quando uma pessoa apresenta suor acima das necessidades, causando desconforto, constrangimento social ou dificuldade para executar os afazeres diários, pode-se dizer que ela tem suor excessivo ou, tecnicamente falando, hiperidrose.
De acordo com o cirurgião torácico, se a ocorrência do suor for principalmente nas mãos, axilas e planta dos pés, isoladamente ou em conjunto e não for encontrada uma causa específica (doença de base) para o suor excessivo, pode-se classificar como hiperidrose primária ou essencial.
O especialista destaca que o suor aparece mesmo quando está frio e que a hiperidrose primária também pode acometer a cabeça, com a presença ou não do rubor facial (face vermelha), principalmente quando a pessoa passa por alguma emoção mais forte. “A ansiedade normalmente piora os sintomas, mas não é a principal causa”, destaca o Dr. Chesi.”
O simples ato de cumprimentar alguém, manipular papéis ou usar roupas escuras pode ser muito desconfortável para uma pessoa com suor excessivo.
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O suor das axilas pode escorrer pelo corpo molhando e estragando roupas. “É comum que uma pessoa com hiperidrose tenha que trocar de roupa mais de uma vez ao dia. Além disso, alguns trabalhos podem se tornar perigosos, como manipular equipamentos elétricos ou conduzir veículos”, alerta o especialista.
Quanto ao tratamento, o médico conta que depende da intensidade dos sintomas, ou seja, o nível de desconforto do paciente conforme a intensidade e regularidade do suor.
Pode ser feito com o uso de medicamentos que diminuem a produção do suor, aplicação de toxina botulínica, dietas específicas, iontoforese ou cirurgia, que normalmente é reservada para os casos com suor bem localizado e com maior intensidade.
Existe também a hiperidrose secundária, na qual o suor ocorre no corpo todo de forma generalizada e pode haver uma causa específica, uma doença de base como alteração hormonal, uso de alguns medicamentos, obesidade ou sensibilidade aumentada ao consumo de alimentos hiperidróticos.
Já nos casos de hiperidrose secundária, o tratamento é direcionado conforme a origem encontrada. O excesso de suor pode favorecer a proliferação de algumas bactérias que podem produzir um cheiro desagradável, causando a bromidrose.
Uma avaliação médica com suporte multidisciplinar de psicólogo, nutricionista e endocrinologista é importante para a definição do diagnóstico e previsão da melhor forma de tratamento, pois varia conforme a necessidade e diagnóstico de cada paciente.
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Técnica cirúrgica
O nervo do Sistema Nervoso Autônomo que estimula a da glândula sudorípara está no tórax, logo, a cirurgia é realizada, habitualmente, por um cirurgião de tórax.
A simpatectomia (nome dado ao procedimento) é realizada nos dois lados do tórax, simultaneamente. O procedimento atua sobre o nervo que estimula a glândula sudorípara, a glândula não é modificada pela cirurgia, apenas bloqueia o estímulo que chega até ela.
As incisões têm aproximadamente 0,5cm e normalmente não há necessidade de pontos, apenas aproxima-se os bordos com micropore especial, que será retirado no consultório, com a finalidade de obter-se melhor resultado estético.
O médico explica que o paciente é internado no mesmo dia da cirurgia, e pode receber alta hospitalar no dia seguinte. Em alguns casos selecionados o paciente poderá receber alta hospitalar no mesmo dia do procedimento.
Na alta, o paciente receberá prescrição de medicação analgésica e a orientação dos cuidados específicos. Os curativos podem ser molhados durante o banho e secados com o uso de secador de cabelo ou toalha macia e limpa, durante cinco dias, até serem retirados pelo médico. Nesse período o paciente deverá evitar fazer esforços físicos de maior intensidade.
O paciente poderá retornar às atividades habituais de três a quatro dias após a cirurgia. O médico poderá informar quais as principais restrições nas semanas seguintes à cirurgia.
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Suor compensatório ou rebote
O especialista ressalta também, que quando bloqueado o estímulo das glândulas sudoríparas, em alguma parte do corpo o estímulo que iria para aquela região pode ser distribuído para outras áreas do corpo, como o tronco e face interna das coxas. Isso pode acontecer em até 40% dos pacientes.
O suor compensatório costuma aparecer em dias quentes ou atividades físicas, diferentemente da hiperidrose primária que piora com a ansiedade e aparece mesmo em dias mais frios.
A intensidade do suor compensatório, quando aparece, pode variar de leve a intenso. Normalmente ocorre por um período de adaptação do organismo após a cirurgia.
Cada paciente tem um período de adaptação diferente. Algumas medicações ajudam muito na diminuição do suor compensatório caso se torne incômodo.