Santos Dumont em Poços de Caldas
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Fazenda Cabangu-MG 20/07/1873 – Guarujá-SP 23/07/1932. Tudo o que se escrever sobre Alberto Santos Dumont será pouco pelo muito com que ele contribuiu para o mundo.
Dumont nasceu a 20 de julho de 1873 na Fazenda Cabangu, distrito de Palmira, na Zona da mata mineira, hoje cidade de Santos Dumont. Era filho de Henrique Dumont, engenheiro francês e plantador de café, e de Francisca Santos Dumont, de origem portuguesa.
Aos 18 anos recebeu parte da fortuna do seu pai e foi para a França. Em Paris dedica-se a estudar Eletricidade, Física, matemática e química. Seu objetivo e sonho era voar. Com o denominado “Santos Dumont 6” prova a capacidade e dirigibilidade do seu invento ao contornar a Tour Eiffel.
Por esse feito recebeu do governo francês um prêmio no valor de 100 mil francos, os quais foram distribuídos entre os membros da sua equipe de trabalho. Em 23 de outubro de 1906, no campo de Bagatelle, em Paris, levantou voo no seu 14 Bis-Demoiselle, assim denominado pela semelhança com uma libélula, e percorreu uma distância de 60 metros, numa altura de 2 metros do chão.
Voltando ao Brasil, foi morar em Petrópolis. Dali passou a acompanhar o desenvolvimento da aeronáutica no mundo. Deixou dois livros publicados: “Dans-L’air” publicado em1904 e “O que Vi e o que Nós Veremos”, 1918. Com o tempo, o grande inventor foi esquecido e isso lhe trouxe muita decepção levando-o a uma crise de melancolia.
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Procurava, ao fazer suas viagens, passar despercebido pelas pessoas que sabiam da sua presença, principalmente por cidades do interior, onde encontrava tranquilidade. Santos Dumont teve uma passagem por Poços de Caldas em fevereiro de 1925, ocasião em que veio para uma temporada de descanso e cura, pois tinha uma depressão profunda e esclerose múltipla.
Aqui se hospedou no Grande Hotel. Na época o jornal A Justiça deu a seguinte nota: “Acha-se nesta cidade, hospedado no Grande Hotel, o grande avião (sic) brasileiro, sr. Santos Dumont.” O jornal Vida Social, de 03 de fevereiro de 1925, também fez um breve registro: “Honra a nossa estância com a sua presença o genial brasileiro Santos Dumont, que ainda há pouco recebeu em França as provas mais inequívocas de justos aplausos e excelsa admiração.”
Algumas pessoas tomando conhecimento da presença da ilustre personagem se entusiasmaram e quiseram prestar-lhe uma homenagem.
No entanto, conforme nos é narrado pelo escritor Carlos da Maia, em seu livro “Uma Estação em Poços de Caldas”: “Santos Dumont não pode receber as demonstrações entusiásticas do povo. Estava recolhido aos aposentos quando os manifestantes chegaram ao Grande Hotel.
E foi o dr. Demétrio Justo SEABRA, conhecido advogado de S.Paulo que, em seu nome, apresentou desculpas e agradeceu a boa intenção.”
Além do registro histórico, destacamos que Dumont teve uma breve passagem pela Fazenda Irarema, de propriedade do seu primo, o fazendeiro Marçal José dos Santos, que aqui residia e era casado com Maria Verônica Junqueira Santos.
No Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas há uma foto autografada pelo “Pai da Aviação”, de-dicada a um sobrinho, filho de uma das suas irmãs com os seguintes dizeres: “Ao Arnaldo, lembrança do tio Alberto.” No Bairro de São Benedito tem a Rua Santos Dumont.
* Hugo Pontes é professor, poeta e jornalista. E-mail: hugopontes@pocos-net.com.br