Quais são as principais tendências de TI para 2023?

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Há quase três anos, atividades de trabalho e ensino tiveram que rapidamente migrar para o on-line. Tal movimento reorientou ideias consolidadas. Um dos impulsos que a pandemia de Covid-19 tem causado no universo empresarial é a necessidade de aumentar os investimentos em TI (Tecnologia de Informação). Para 2023, a projeção da consultoria Gartner é de que os gastos mundiais com TI cresçam 5,1%. Uma das tendências é apostar nos serviços em nuvem, cujo crescimento estimado é de 20%.

O cenário da TI vem em uma crescente favorável. Em 2022, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) mensurou o que analistas da área já desconfiavam: houve uma antecipação, de até quatro anos, do processo de transformação digital e uso da TI nas companhias. Um dos destaques da pesquisa foi que TI apareceu, pela primeira vez, como instrumento para apoio e implementação de ESG (Environment, Social and Governance).

Aplicar a tecnologia e investir em sustentabilidade são estratégias para negócios que querem atrair investidores. Isso porque 99% dos investidores já levam em consideração os relatórios ESG das companhias como parte integrante de suas decisões de investimento, sendo que 74% usam uma “abordagem estruturada e rigorosa”.

Entretanto, o panorama atual é que somente 55% dos líderes financeiros acreditam que suas empresas devem abordar questões ESG. Os dados foram revelados na “Global Reporting and Institutional Investor Survey”, uma pesquisa global da consultoria EY.

Cristina Boner, presidente do grupo empresarial Drexell, concorda que as empresas devem incluir as ações relacionadas à agenda ESG dentro da sustentabilidade dos negócios como um todo. A empresária aponta as principais tendências de TI para o ano de 2023 elencadas abaixo:

Pacotes integrados
Cristina
acredita que este ano a adoção de pacotes integrados ganhará mais espaço, o que inclui “serviço em áreas de segurança, plataformas em nuvem, espaço de trabalho virtual e conectividade”.

Transições de tecnologia sistêmica
Outro movimento que a empresária vislumbra para o setor de tecnologia até 2026 é a consolidação de diversas mudanças com a chegada do 5G, blockchain e veículos elétricos. “Isso pode triplicar a demanda por investimentos em infraestrutura de serviços de TI”, diz.

Automatização de processos
Citando as consultorias  IDC e Gartner, ela crava que uma parte considerável das repetitivas tarefas de trabalho, em grandes empresas, serão automatizadas. A consequência disso será “eliminar trabalhos burocráticos e contribuir para aumentar a produtividade, já que os profissionais terão mais tempo para atividades estratégicas”.

Experiência digital
“Em 2023, 50% das empresas utilizarão metade de seus gastos com hardware e conectividade para reconceituar experiências de clientes e funcionários em seus espaços. O objetivo é capturar e reter o seu público”, aponta a empresária. Neste contexto de melhorar a experiência, ela prevê que as plataformas de pesquisa por voz devem crescer e agilizar diversas ações, inclusive compras em e-commerces.

Sustentabilidade
Segundo a presidente do grupo empresarial Drexell, as organizações vão contar com equipes de sustentabilidade digital para avaliar, certificar e coordenar o uso de dados de sustentabilidade de negócios. O foco será buscar ferramentas, dados e análises que deem consistência à formulação de “metas significativas, incluindo as ações relacionadas à agenda ESG”.

Segurança e controle de dados
A segurança cibernética é também destaque em um contexto em que há 447 milhões de dispositivos digitais em uso no Brasil, segundo a FGV. Isso equivale a dois dispositivos digitais por habitante.

“Cada vez mais, há preocupação com a segurança e privacidade. Os brasileiros temem ameaças e muitos já sofreram algum tipo de ataque virtual”, pontua Cristina Boner. Tal receio não deve ser minimizado pelas empresas, uma vez que “os vazamentos podem ser punidos pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), além de comprometerem a imagem da organização perante o público”, conclui.

Para quem entrar na área, a expectativa também é favorável. Além do Brasil liderar o ranking de países latino americanos no mercado de TI, o número de vagas no setor de tecnologia cresceu 34,3% entre janeiro a outubro, segundo dados do portal Empregos.com.br.