Quadro de pessoal de escola em Valadares é mantido
As perdas no quadro de pessoal e na gestão da Escola Estadual São Tarcísio, localizada em área rural de Governador Valadares (Rio Doce), já tiveram os devidos encaminhamentos e devem estar sanadas nos próximos dias. A informação foi transmitida pela Superintendência Regional de Ensino da cidade, em audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada nesta quinta-feira (24/10/19).
A titular da pasta, Cláudia Maria de Souza Amorim Braga, ainda ressaltou sua disposição em manter diálogo com a comunidade e a escola, e seu reconhecimento da importância daquela unidade educacional. Ela afirmou que, assim que foi procurada, levou as demandas à Secretaria de Estado de Educação (SEE), que já teria autorizado a designação do diretor, do professor eventual e a manutenção do professor da biblioteca.
A superintendente também disse trabalhar para que o sistema informatizado da Secretaria seja regularizado e passe a reconhecer ambas as unidades da escola. “Estamos nos empenhando para dar a melhor solução e adequar o sistema à realidade. Reconhecemos a importância de tudo o que é reivindicado aqui e, dentro do possível, estamos conseguindo atender às demandas”, ponderou.
A situação que afligiu os pais dos alunos foi explanada pela servidora da Secretaria da unidade, Alba Valéria Guedes Toledo. Segundo ela, a escola é dividida em dois endereços, ambos muito importantes para as comunidades locais: um dentro da Cidade dos Meninos – que atende a menores em situação de risco social; e o outro no Assentamento Oziel Alves Pereira, do MST.
Em junho deste ano, a SEE endereçou um documento à unidade, informando não reconhecer o quadro de pessoal e o anexo situado no assentamento. O documento resultaria na dispensa três profissionais: a gestora, um educador no cargo de professor eventual e o professor responsável pela biblioteca.
Em razão da saída da diretora, estariam inoperantes uma série de ações, como o pagamento de contas e o acesso à internet, o que resultaria em transtorno para o trabalho. “Até para realizar as atividades pedagógicas fica difícil sem internet”, lamentou Alba Valéria.
Resposta da Superitendência de Ensino traz alívio para a comunidade
Para Andrea de Souza, mãe de aluno da escola, as informações da superintendente tiraram “um peso das costas” e ela voltará para casa “mais leve sabendo que as designações foram autorizadas”. Ela elogiou a escola e enfatizou seu valor para várias comunidades, não apenas o assentamento ou a Cidade dos Meninos. Também reivindicou melhorias para a unidade.
Autora do requerimento para a realização da reunião, a presidenta da comissão, deputada Beatriz Cerqueira (PT), destacou satisfação em saber que foi cumprido o propósito da audiência. “Estamos aqui para ouvir os representantes da escola e da comunidade para que os órgãos públicos presentes conheçam as demandas e, assim, possam dar os devidos encaminhamentos. Tudo o que é levantado aqui é oficialmente encaminhado aos órgãos responsáveis”, informou.
A deputada Celise Laviola elogiou a atuação da superintendência e lembrou a existência de muitas escolas rurais na região do Rio Doce. “Fico feliz em saber que a nossa região está trazendo as suas demandas para esta Casa e que podemos atuar para ajudá-los a sanar essas questões”, avaliou.
Representando a comunidade do Assentamento Oziel, Terezinha Sabino de Souza insistiu na importância da educação no campo, tanto para as crianças quanto para os jovens e adultos. Ela enfatizou o trabalho das escolas do MST, ressaltando que essas unidades necessitam outros apoios, tais como o da Escola São Tarcísio. “É uma escola de inclusão social, que funciona há mais de 25 anos, precisamos dela e sempre vamos lutar para que seja mantida”, declarou.
O diretor do Sindicato Único dos Trabalhadores do Estado (Sind-UTE) da Regional de Governador Valadares, Rafael Júnior Toledo de Lima, também enfatizou a gravidade da falta de um gestor para a unidade e disse que a situação da unidade vinha deixando todos receosos. Ele criticou a “visão do atual governo, que foca mais em coisa do que em gente”.
A Coodenadora-Geral do SindUte, Denise de Paula Romana, colocou o Sindicato à disposição dos profissionais da unidade. Ela ainda destacou lutas futuras do Sindicato, como manifestação pelo pagamento do 13º salário da categoria.
Vários outros depoimentos citaram alívio em saber que a unidade de ensino não será fechada, que o quadro será recomposto e que a superintendência regional reconhece a importância da unidade e trabalha para sanar os problemas no curto prazo.
Requerimentos – A comissão ainda aprovou requerimento endereçado à Secretaria de Educação com uma série de pedidos de providência para atender a demandas da escola. Entre as solicitações estão: melhoria da infraestrutura, ampliação das séries até o nono ano, aumento do quadro de profissionais, garantia de transporte a todos os estudantes, nomeação de diretor e manutenção dos profissionais da biblioteca e professor eventual, entre outras questões.