Produção de leite investe em agricultura regenerativa
Combater as mudanças climáticas e neutralizar as emissões de carbono são algumas das principais preocupações da agropecuária.
Na produção de leite, empresas têm investido em uma estratégia robusta para manterem-se na vanguarda de sustentabilidade, com a ampliação de técnicas inovadoras, como a utilização do sistema silvipastoril, que integra pecuária e floresta (IPF) na criação dos animais.
Uma das iniciativas pioneiras desta técnica no Brasil é o Projeto Flora, que começou a ser implementada no país há dois anos e, recentemente, acomodou as primeiras vacas, de forma livre, na Fazenda Gordura, localizada em Guaranésia, Minas Gerais.
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Outras duas propriedades participam do programa no estado mineiro e passam por reestruturação para operar no mesmo sistema.
De acordo com Henrique Borges, diretor de Compras de Leite e Ingredientes Lácteos da Danone Brasil, além de ser benéfico ao meio ambiente, o modelo de produção de leite proporciona uma série de vantagens aos produtores, como o aumento da oferta de pastagem para os animais – gerado pela resiliência climática causada pelas árvores -, disponibilidade de alimento para o gado na própria fazenda em todos os períodos do ano, aumento da qualidade da pastagem, redução no volume de alimento consumido pelos animais, adubação homogênea e gratuita da pastagem por meio do manejo do esterco por meio de piquetes rotacionados, menor gasto de água e menor frequência de reforma do pasto.
Para a natureza, Borges menciona que os benefícios são notados na redução de erosões no solo, aumento da ciclagem dos nutrientes e da água, aumento do estoque de carbono, aumento da diversidade de micro e macrorganismos, conforto térmico e liberdade para os animais, além de monitoramento constante da saúde.
A produtividade e a qualidade dos produtos lácteos também são fatores característicos do sistema IPF, já que os animais podem aumentar a produção de leite entre 17% e 24% em pastagem neste modelo e prevenir doenças e problemas de saúde por meio monitoramento constante, realizado pela MSD Saúde Animal.
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A expectativa é que a Fazenda Gordura seja a primeira escola-modelo de agricultura regenerativa na produção de leite administrada por uma empresa de alimentos e bebidas no país. O objetivo é aumentar o interesse dos produtores por uma atuação mais sustentável e consolidar parcerias com, ao menos, 40 fazendeiros até 2023.
“Já temos uma fazenda produzindo leite no sistema IPF, e outras duas em fase de implementação do projeto. Começamos na Fazenda Gordura, onde já atuávamos de forma sustentável e realizamos os primeiros estudos e a estratégia para desenvolver o Flora com o apoio de empresas alinhadas ao nosso propósito – a MSD Saúde Animal, o IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas) e a Fuzil, empresa de insumos agrícolas. É muito gratificante chegar no estágio atual que nos encontramos, no qual poderemos, finalmente, mensurar os benefícios do projeto à saúde dos animais, ao solo, ao negócio dos produtores e à qualidade dos produtos”, explica Borges.