Prefeito aponta déficit de R$ 155 milhões em 2017

Sérgio Azevedo apontou que a situação da Prefeitura é grave

Marcando o fim do recesso parlamentar e com 80% de renovação, a Câmara de Vereadores de Poços de Caldas abriu ontem à tarde, com a primeira sessão ordinária semanal remunerada da atual legislatura (2017/2020), os trabalhos legislativos que marcam, igualmente, o efetivo trabalho de plenário dos vereadores eleitos em 2 de outubro passado, os mesmos que, durante todo o mês passado, passaram por um período de capacitação e conhecimento da máquina legislativa.

CASA NOVA
Presidida pelo vereador situacionista Antônio Carlos Pereira (DEM), com ele estavam no plenário daquela Casa Legislativa, os vereadores oposicionistas Joaquim Alves e Paulo Eustáquio, ambos do PMDB, assim como Paulo Tadeu (PT), os únicos reeleitos para um novo mandato eletivo.

Além dos novatos de primeiro mandato, o situacionista Álvaro Cagnani (PSDB) e a oposicionista Ciça Figueiredo (PT), assim como Lígia Podestá (DEM), que na legislatura anterior, então suplente, ocupou o plenário por 30 dias, recepcionaram o prefeito Sérgio Azevedo (PSDB), acompanhado de seu vice Flávio Faria (Rede), cumprindo o que prevê a Lei Orgânica.

Ele participou da sessão inaugural, apresentando a situação do município e as pretensões da nova Administração Municipal e, ainda, os projetos que pretende desenvolver no decorrer deste ano, apesar da situação financeira.

NÚMEROS OFICIAIS
Apresentando o que identificou como “números oficiais” da difícil situação financeira da Prefeitura, o prefeito tucano foi taxativo.

“Temos um déficit de de R$ 155.031. 622,26 previsto para este ano. A situação é muito grave e teremos que fazer grandes esforços para administrar o nosso Município”, garantiu, detalhando sua fala com slides relativos à situação de cada secretaria e também das autarquias, bem como discorreu sobre andamento de obras, situação dos prédios públicos, reforçando com gráficos, as receitas e despesas.

Segundo o chefe do Executivo Municipal, a conclusão final da equipe técnica da Prefeitura sobre a situação financeira atual do Município mostra dívidas imediatas a pagar (R$ 31,8 milhões); déficit real 2016 – sem receita do DME e com custo do INSS – de R$ 147,1 milhões; receita prevista para este ano abaixo do previsto no Orçamento Municipal (R$ 521,9 milhões); despesa prevista para este ano de R$ 676,9 milhões; com déficit previsto de R$ 155 milhões e estimativa mensal de déficit de R$ 12,9 milhões.

Sérgio lembrou ainda que sua gestão já está tomando medidas emergenciais para conter o rombo financeiro. Ele citou como exemplo a renegociação de contratos em vigor e ainda o cancelamento de todos as consultorias contratadas, já que considera que desnecessário este tipo de serviço no momento.

VAQUINHA
O discurso do prefeito foi marcado pela austeridade, já que reforçou em vários momentos a necessidade de corte de gastos para equilibrar as contas municipais.

Na maior parte de seu discurso, Sérgio apresentou um tom bastante pessimista, apesar de demonstrar disposição para tentar reverter o que ele considerou como situação muito grave. Sérgio só usou um tom mais ameno em dois momentos do discurso.

Primeiro, quando disse que se o déficit de cerca de R$ 155 milhões fosse dividido por todos os moradores, cada um teria que arcar com R$ 1 mil para cobrir o rombo até 31 de dezembro de 2017, lembrando que Poços tem cerca de 162 mil habitantes.

Depois, ao anunciar que foi à Codemig cobrar a inclusão de Poços na rota de voos regionais, brincou dizendo que não faz muita questão de andar de avião porque tem medo.