Pós-pandemia favorece aproximação com o público, diz músico
Muita coisa mudou desde que o primeiro aparelho prático de gravação sonora foi desenvolvido pelo inventor estadunidense Thomas Edison, em 1877, “dando voz” para que artistas de todo o mundo pudessem levar sua arte para públicos cada vez maiores.
De lá para cá, a forma como se produz e se ouve música seguiu uma trilha de evolução contínua, atravessando fronteiras pelas ondas do rádio, dos tradicionais LPs, fitas cassete, CDs, DVDs e, nos últimos anos, por meio do streaming.
De acordo com dados do setor musical relativos ao ano de 2021, divulgados em março pela IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica), o mercado global de música gravada avançou 18,5% no último ano. A nível global, a soma de assinantes de serviços do gênero chegou a 523 milhões.
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As vendas de CDs, DVDs e vinil, por sua vez, cresceram 16,1 % em relação ao ano precedente. Quando somadas, as vendas “do físico” responderam por 0,6% do total do faturamento da indústria da música, como mostra uma publicação do Terra.
Ainda segundo os dados da IFPI, o Brasil ocupa a 11ª posição no ranking mundial da entidade e está em linha de crescimento no setor musical há seis anos. A música movimentou R$ 2,111 bilhões no país em 2021, um crescimento de 32%.
Neste cenário, o cantor, compositor e produtor Manuh avalia de forma positiva o mercado profissional da música no país e a recente diversificação de segmentos de atuação para os profissionais do ramo.
Ele acredita que o período de pandemia de Covid-19 impactou na trajetória evolutiva de valorização e aceitação do músico como profissional no Brasil. “Graças a esse recomeço, existe uma luz no fim do túnel. O fenômeno pós-pandemia abre as portas para os artistas se aproximarem mais de seu público”, diz Manuh.
Festivais marcam retomada dos eventos presenciais
Segundo a Abrape (Associação Brasileira dos Promotores de Evento), ao menos 350 mil eventos foram cancelados no país em 2020, com a eclosão da pandemia, o que inclui as apresentações musicais.
Com o avanço da vacinação contra o novo coronavírus (Sars-Cov-2) no Brasil e no exterior, os shows e festivais de música estão em fase de retomada. Exemplo disso, o Rock in Rio 2022 movimentou um público de 700 mil pessoas e gerou impacto de R$ 1,7 bilhão para o Rio de Janeiro (RJ), segundo informações dos organizadores.
O evento mobilizou 1.255 artistas, em torno de 300 shows, que geraram cerca de 28 mil empregos diretos. Além disso, o festival contribuiu para a hotelaria carioca, com o incremento de 360 mil turistas de fora da capital fluminense – 60% do total, como mostra uma publicação do G1.
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Artistas exploram palcos digitais
Para além de ganhos com direitos autorais e shows presenciais, as apresentações on-line têm se tornado uma alternativa para os músicos diversificarem suas fontes de receita e, ao mesmo tempo, se aproximarem do público. O fenômeno ganhou força durante a fase mais crítica da pandemia, quando os eventos presenciais tiveram que ser interrompidos em virtude das medidas de quarentena e isolamento social.
Com isso, a expectativa é que o mercado de eventos on-line aumente 1000% até 2030, passando de US$ 78 bilhões (R$ 363,47 bilhões) em 2020 para US$ 774 bilhões (R$ 3606,78 trilhões) até o final da década, segundo projeção da consultoria Grand View Research.
Por meio de lives, artistas como Elton John, Rolling Stones, Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil e Marisa Monte fizeram suas apresentações musicais durante a crise sanitária. Os shows virtuais renderam mais de 17,6 milhões de reais em doações em 2020, conforme relatório da ABCR (Associação Brasileira de Captação de Recursos).
Para mais informações, basta acessar: https://ffm.to/manuh