Porque estou deixando a Rede Sustentabilidade
1) Venho desde 2017, por meio do Coletivo Pólis e, em seguida, ao ingressar na Rede Sustentabilidade, buscando atuar e articular uma aproximação entre os movimentos sociais, coletivos, partidos, com viés democrático-progressista, a partir dos ideais, ações, projetos e programas, em torno dos pontos de unidade e não das divergências;
2) Após longa militância (mais de 40 anos), desde o movimento estudantil, juventude, bases sociais e populares, sindicatos, educação, cultura , direitos humanos e eco-ambientais, militância partidária pelo PT (por 20 anos) e em outras frentes progressistas, optei por integrar a Rede Sustentabilidade por me identificar com seu programa e pautas, sobretudo por renovar em suas teses e programas, a práxis politco-socioambiental, sem perder os fundamentos- progressistas, incorporar novos métodos e ações, com espaço ao ecossocialismo, a militância em torno das pautas e movimentos étnicos, identitários e transformações sócio-economicas profundas; além de um modelo democrático, inovador e descentralizado de organização partidária;
3) Com o avanço da extrema direita fascista e fundamentalista, mais do que uma opção, o diálogo e unidade em torno de uma frente ampla democrático – progressista, veio a ser uma necessidade urgente;
4) Após a intensa articulação e militância das forças progressistas, conseguimos fragilizar o avanço da extrema -direita, derrotada nas últimas eleições presidenciais; desde então, inicialmente como porta-voz presidente da Rede Sustentabilidade e mais recentemente como Coordenador de Articulação Política, tenho dedicado empenho para a permanência da unidade do campo democrático – progressista, visando as eleições municipais; apesar de muitas tentativas de unificação programática e construção de diálogos, infelizmente, essa frente unificada não conseguiu se manter;
5) Diante da indefinição da Rede Sustentabilidade local que tem postergado um posicionamento propositivo e construtivo,seja unindo-se em apoio às alternativas progressistas para as eleições do Executivo local, ou na apresentação de candidatura própria que pudesse preservar sua identidade partidária e agregar ao menos parte das forças políticas e sociais progressistas, a movimentação partidária vem sendo, já há meses, pela omissão, neutralidade, distanciamento e, mais recentemente agindo até mesmo como bloqueio e fator dificultador frente as alternativas colocadas; como agravo foram aumentando boatos ou indícios, não contestados pública e veementemente, de possibilidade de apoio direto ou indireto ao campo centro -direita.
A opção pela postergação que passou a dificultar ainda mais a construção efetiva de uma alternativa à disputa pelo Executivo local, tornou-se uma postura com a qual não posso ser conivente.
6) Lamento que tenham surgido atritos, alguns deles, provavelmente por mim provocados; tenho profundo apreço, carinho, gratidão e respeito por todas, todes e todos que continuam integrando esse importante partido político, que muito tem contribuído com o país, estado e cidade por meio de suas pautas e ações, com impacto mundial, especialmente quanto às causas ambientais; continuarei sempre apoiando ações e projetos que estejam em sintonia com o bem público e ideais político-sociais nas linhas sinalizadas acima.
7) Por último, mas o mais importante, continuo, como Dom Quixote, lutando contra moinhos de ventos, conclamando pela unidade progressista, e mais que isto, centro – progressista; não facilitemos ao facismo-fundamentalismo, que pode desaguar em 2026 num desastre nacional.
8- Desse modo, democratas de Poços de Caldas, Uni-vos, da esquerda ao centro pra vetar a extrema direita.
* Gérson Pereira Filho é professor universitário