Poços de Caldas, sonho de um Carnaval
Na avaliação do secretário, Carnaval 2016 em Poços foi um sucesso
O secretário municipal de Cultura, João Alexandre Moura, escreve sobre sua avaliação a respeito do Carnaval 2016. Para ele, o sonho de um grande Carnaval tornou-se realidade.
“Era uma canção, um só cordão
E uma vontade
De tomar a mão
De cada irmão pela cidade
No carnaval, esperança
Que gente triste possa entrar na dança
Que gente longe viva na lembrança
Que gente grande saiba ser criança”
(Sonho de um Carnaval, Chico Buarque, 1966)
O sonho de um carnaval, ou pelo menos dos últimos carnavais de Poços de Caldas tornou-se realidade, o carnaval de 2016 ratificou o modelo do carnaval da família e o sonho se transformou em realidade, o que vimos e vivemos nestes dias em Poços foi de um carnaval que consolidou sua identidade. Um carnaval multicultural caminhando do samba, as marchinhas, do axé ao rock, do forró ao blues, das escolas de samba aos cordões, dos bonecos gigantes aos teatros na Praça.
Um carnaval sem o apartheid dos abadás, democrático, gratuito, onde brancos e negros, ricos e pobres, turistas e poços-caldenses tornaram-se irmãos em meio a tantos ritmos, artistas e sem confusão. Um carnaval com direito a reflexões sobre a questão negra, a violência contra a mulher, a valorização da Festa de São Benedito misturada a alegria da Charanga dos Artistas que apesar de extrovertida demonstra em suas representações arte, literatura e um mundo lúdico de histórias que muitas vezes vivemos apenas em sonhos de carnaval.
Um carnaval que não podemos compreendê-lo mais como um mero evento, mais como um produto da indústria turística de Poços, fomentando o comércio, bares, restaurantes, lanchonetes e toda rede hoteleira visivelmente lotada. Um carnaval extremamente significativo para a economia da cultura local, produzido e executado com mão-de-obra 100% local. Artistas, músicos, bailarinos, produtores, técnicos, artistas plásticos, coreógrafos, cenógrafos, todos recorrendo ao comércio para produção e confecção de seus trabalhos artísticos.
Do tecido, a palheta, da maquiagem ao tamborim. Contudo, apesar de você, aliás, de alguns pessimistas que pediam o cancelamento da festa de momo devido as chuvas de janeiro, os dias de fevereiro foram outros dias, os jardins floresceram com a alegria das crianças, e no fundo como diria Chico Buarque, os pessimistas se esconderam da enorme euforia da cidade. Gente triste, entrou na dança, gente de longe já guarda na lembrança e gente grande soube ser criança. Vida longa ao carnaval de Poços.
* João Alexandre Moura é secretário municipal de Cultura e professor