Pautando 19/01/22
Na coluna Pautando, leia o que acontece de mais importante nos bastidores políticos de Poços de Caldas.
PAINEL 1
Ontem, o painel com a contagem regressiva voltou a funcionar, após passar por reparos pouco tempo depois de ter entrado em funcionamento, na sexta-feira, 14. Nas redes sociais, o descontentamento com o equipamento continuou repercutindo, com o custo de R$ 193,2 mil sendo motivo de grande insatisfação.
PAINEL 2
Alguns pontos devem ser considerados. Apesar do custo-benefício do equipamento ser bastante questionável, o investimento é legítimo, pois é recurso da Secretaria Municipal de Comunicação Social. É algo do tipo legal, mas imoral.
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PAINEL 3
Por desconhecimento, muita gente sugeriu nas redes sociais que tal investimento fosse trocado pela compra de uma máquina de raio-X, asfaltamento de ruas, cadeiras para o Hospital de Campanha, novos testes de Covid-19 e todo tipo de demanda que eventualmente se saiba que a cidade precise neste momento. Não é assim que funciona, pois orçamento público não é igual a orçamento doméstico.
PAINEL 4
Esse tipo de raciocínio, no entanto, é culpa da própria Prefeitura. Em 2017, se aproveitando de problemas burocráticos com a prestação de contas das escolas de samba no Carnaval 2016, o prefeito Sérgio Azevedo (PSDB), de forma populista, definiu que o dinheiro que seria destinado para as agremiações no primeiro Carnaval sob seu comando iria atender a fila de cirurgia de catarata. Mesmo com o dinheiro do Carnaval não sendo da Secretaria de Saúde, o prefeito usou os mecanismos da administração pública para fazer o repasse e realizar as cirurgias.
PAINEL 5
Resumo da ópera: a medida reduziu o investimento em um setor que é importante para a economia poços-caldense, que é o turismo, que inclusive, ajuda a gerar receita para custear a própria saúde, e desarticulou parte da indústria do Carnaval, que também gera emprego e renda durante o ano, para bancar cirurgias para a Secretaria Municipal de Saúde, cuja pasta detém o maior orçamento do município, de mais de R$ 200 milhões anuais. Agora, quando parte da população questiona o investimento e pede para que os recursos do painel sejam direcionados para outra coisa tida como mais importante, não dá para a atual gestão municipal achar ruim e enterrar a cabeça no chão, como se nada tivesse acontecido.
* Diretor do Jornal da Cidade