Ordem do Dia 31/10/23

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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia. 

Entre 1966 e 1968, Stanislaw Ponte Preta publicou uma trilogia, com o mesmo título: “Festival de besteiras que assola o país – Febeapá”.

Trata-se de uma obra que apresenta um festival de ignorâncias, cometidas por nossos líderes, da política e do serviço público, principalmente.

Não que as besteiras tenham se encerrado no Brasil. Pelo contrário. Mas os autores das besteiras mudaram substancialmente. Antes, os episódios de besteirol se concentravam nos perdidos municípios do interior mineiro, entre “barnabés” equivocados, principalmente no exercício da Censura às artes e costumes, ou entre gorilas fardados, que exerciam seu poder sem muito critério.

Hoje, as besteiras mudaram. Há muito tempo, as maiores têm como endereço o Palácio do Planalto, ou as sedes dos governos estaduais. Vejamos alguns episódios.

Comemorando o “Dia nacional do livro”, o diretório nacional do PT fez uma postagem, reproduzindo uma foto e uma frase atribuída a Lula. A frase continha um evidente erro de português. Nada mais apropriado. Afinal, Lula se gaba de jamais ter lido um único livro.

Já pessoalmente, Lula, mais uma vez, desautorizou e humilhou seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fazendo “tábula rasa” do tal déficit zero, previsto num certo arcabouço fiscal do governo. O déficit zero, que nada mais é do que não gastar mais do que se arrecada, seria a pedra fundamental do arcabouço. Haddad calou. Teria apenas emitido um gemido e um lamento.

Já o mercado gritou: o dólar subiu, a Bolsa caiu e os juros futuros dispararam. Veio, em socorro de Haddad, o improvável presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Defendeu o ministro, o déficit zero e o arcabouço fiscal. Demonstrou que tem juízo, mas o estrago estava feito: mais uma pá de cal, jogou Lula, sobre o moribundo equilíbrio fiscal. Rimou. Enquanto isso, na província, o suposto caipira que governa Minas, aprontou mais uma. Uma bela falta de educação.

Convidado a comparecer a um evento, em Belo Horizonte, onde o ministro das Minas e Energia e o presidente da Petrobrás anunciaram investimentos de 13 bilhões de reais, na Refinaria Gabriel Passos, Zema não deu as caras. Nem enviou representante.

Para se ter uma ideia da importância desse investimento, pretende-se, com isso, regularizar o refino e a distribuição de diesel e gasolina no Sudeste. Nosso governador parece mineiro, mas não compartilha nossos valores.

Os mineiros são hospitaleiros, receptivos e educados. Recebem bem os visitantes que vêm em paz. E não são estúpidos: não maltratam quem traz presentes e não insultam aqueles que são úteis. Isso não foi só besteira. Foi burrice. Segue o trem…