Ordem do Dia 30/11/23
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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia.
Pesquisa de autoria da cientista política Amaney Jabal, da Universidade de Princenton, EUA, indica que os palestinos, residentes na Faixa de Gaza, rejeitam tanto o Hamas quanto o controle israelense – em sua grande maioria.
A pesquisa, concluída dias antes do ataque do Hamas a Israel, atribui essa posição a dois terços da população da Faixa de Gaza.
Nesses termos, a população se sente duplamente ameaçada: tanto pelo Hamas quanto por Israel. O Hamas seria visto como corrupto e Israel como opressor. Pelo visto, os palestinos estariam entre a frigideira e o fogo…
Seria impossível resumir, ou simplificar, um problema dessa natureza. Entretanto, parece certo que a maioria da população, daquele território, deseja apenas viver normalmente, livres de seus algozes. Assim como a grande maioria das pessoas, em geral.
O fato visto, e provável, mas dificilmente aceito ou divulgado, seria que temos uma população submetida a uma espécie de “apartheid”, no Oriente Médio. Semelhante àquele que existiu na África do Sul. Desta feita, aplicado à população palestina.
A precariedade da condição político-jurídica desse povo, destituído de cidadania, ou de qualquer outro tipo de proteção institucional legítima, os coloca na condição “nem, nem”: nem cidadãos, nem servos, ou escravos. Apenas párias. Triste.
Essa fragilidade seria de tal ordem, que os palestinos são explorados, por milícias mafiosas, formadas por outros palestinos, tipo Hamas, e simultaneamente brutalizados por um Estado cruel e segregacionista, que seria Israel.
Sem comentários. Situação verdadeiramente infernal. Semelhante às clássicas tragédias gregas: todo mundo morre no final…