Ordem do Dia 29/12/23
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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia.
O TCU (Tribunal de Contas da União), em um contexto que foge de seus habituais objetos de análise, concluiu sua auditoria sobre os resultados eleitorais, do primeiro turno.
Foram examinados milhares de boletins de urna, somando milhões de dados. Compreendendo resultados para os cargos majoritários (presidente, governadores e senadores) e proporcionais (deputados federais e estaduais), relativos às eleições de 2022.
O TCU concluiu pela lisura do pleito. A possibilidade estatística de fraude, para os cargos majoritários, seria próxima de zero. Para os cargos proporcionais, seria ainda menor. Os dados relativos à auditoria são públicos e estão disponíveis. Isso nos leva a uma conclusão e a uma indagação.
A conclusão referenda a condenação de Bolsonaro no TSE, por agir criminosamente contra o sistema eleitoral brasileiro, inclusive diante de dezenas de autoridades estrangeiras. Em evento oficial, falando na qualidade de chefe de Estado e de chefe de governo. Vexame mundial.
A indagação seria igualmente simples: por qual razão a extrema direita bolsonarista dedicou-se a atacar um sistema eleitoral amplamente reconhecido, em todo o mundo, tido como um dos melhores, senão o melhor, sistema eleitoral do planeta?
Haveria três respostas possíveis: seria um dos sintomas da síndrome negacionista, a exemplo das vacinas e dos remédios fajutos; seria uma demonstração de pura ignorância, ou pior: seria parte de uma narrativa golpista.
Imitando o que fez Trump, sem sucesso, nos EUA. O que sugere outra questão: por que repetir o que já deu errado? Ainda mais sobre o sistema eleitoral brasileiro, bem mais robusto, reconhecido e consistente que o americano? Burrice? Deixo a resposta para os leitores.
O lamentável, disso tudo, seria verificar a baixa qualidade da oposição ao esquema petista de poder. Se o histórico petista é péssimo, e suas intenções dignas de suspeita, seus críticos bolsonaristas são primários e despreparados, além de meio loucos e de maus modos.
Essa polarização, muitas vezes, parece refletir uma briga de bandidos. Mas como a polícia parece ter lado, nessa história, assim como parcela do Judiciário, não podemos nos fiar nos homens da lei.
Rezar? Talvez não. Grande parcela dos religiosos, especialmente evangélicos, também têm lado. A quem recorrer?
Os mais sábios que respondam…