Ordem do Dia 28/09/23

continua depois da publicidade

Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia. 

Lula, em recente declaração, estabeleceu uma competição com os EUA. Afirmou que o Brasil superará esse país na transição energética. Assim como o teria superado na produção agrícola de diversos produtos.

Haveria uma impropriedade nessa declaração. Se considerarmos o etanol, como um dos principais componentes dessa transição energética, o caminho foi o inverso: hoje, os EUA seriam os maiores produtores mundiais de etanol. Bem como os maiores consumidores e exportadores desse mesmo produto. O Brasil, em segundo lugar, segue bem atrás.

Mas “a pergunta que não quer calar” seria apenas uma: Lula pretende estabelecer, ou incentivar, algum tipo de competição econômica, ou geopolítica, com os EUA?

Essa questão da “transição energética” seria apenas mais um indicador. O atual governo estabeleceu divergências com os EUA, e com todo o Ocidente, também nos seus acenos à Rússia, especialmente à guerra de Putin, à China e à Venezuela. Um importante diário francês, em matéria de capa, chegou a classificar Lula como “falso amigo do Ocidente”.

O presidente Biden, por sua vez, tem se mostrado aliado de Lula e complacente com suas infantilidades e rebeldias antiamericanas. Mas tudo tem limite.

E uma disputa geopolítica com os EUA, assim como com qualquer outro país, soa como besteira, para dizer o mínimo. O brasileiro, em sua grande maioria, anseia por soluções locais – e não por disputas internacionais.

Só faltaria o atual presidente, numa tortuosa visão delirante, entender que a polarização política brasileira seria algum tipo de “produto para exportação”.

E, a partir dessa ideia de jerico, Lula tentar estabelecer alguma polarização internacional. Com os EUA, por exemplo.
Ou pior: com todo o Ocidente.

Algo parecido com o comportamento da Coreia do Norte, ou talvez Irã, essas duas grandes potências, principalmente em simpatia internacional…

Se assim for, é de se sugerir que o próximo terno de Lula venha, providencialmente, acompanhado por uma “camisa de força”. Dessas que os loucos furiosos costumam usar.

* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG) e Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política. E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com