Ordem do Dia 28/05/24
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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista Político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia.
Reportagem do Estadão trata de empresas centenárias. E das razões para sua longevidade. Uma dessas empresas seria bem conhecida dos sul-mineiros, em especial: o grupo Itaú-Unibanco.
Já que teria nascido por aqui, inicialmente como banco Moreira Salles. Depois Unibanco e, finalmente, Itaú-Unibanco.
Segundo consta, a primeira agência do Banco Moreira Salles teria sido inaugurada em Pouso Alegre. Mas não prosperou.
O proprietário teria, então, passado uma temporada no interior de São Paulo, tempos depois se mudando para Poços de Caldas. Tentou novamente e deu certo. A segunda agência foi inaugurada em Andradas. Depois disso, o banco foi de vento em popa.
Para comemorar seu centenário, esse banco foi o principal patrocinador do show da Madonna, realizado recentemente na praia de Copacabana.
O show foi um retumbante sucesso, para desespero dos mais conservadores, preocupados com a pauta de costumes. Se show semelhante fosse realizado em Salem, EUA, por volta do século XVII, fogueiras seriam acesas… Certamente, além da própria Madonna, Pablo Vittar estaria numa delas.
Entretanto, o mais curioso seria a explicação para a longevidade das empresas. Não seria a qualificação, ou o talento de seu proprietário, ou da equipe que administrou, por décadas, o negócio.
Não seria o modelo de negócio ou o método administrativo, financeiro ou de marketing aplicado. A longevidade das empresas se explica pela estabilidade do setor e do produto que comercializam, ou produzem.
Por essa razão, as padarias seriam as mais longevas da praça. Ninguém dispensa um pãozinho. Pode parecer cruel, mas quem já tem uma certa idade tem visto ícones desaparecerem com o tempo.
A Kodak, seus filmes e suas câmeras analógicas, seria um deles. Os jornais impressos seriam outro. E quanto ao telefone fixo?
Fatores estruturais, e estruturantes, simplesmente ignoram produtos e produtores. Uma nova era enterra o passado, sem cerimônia. Assim como as pessoas desaparecem, algumas ainda vivas.
No passado, tiveram grande importância. Mas, eventualmente, deixam de ser relevantes. E, mesmo vivas, são esquecidas.
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com