Ordem do Dia 26/02/25
Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia

Recente pesquisa CNT, corroborando dados de outros institutos, aponta que a maioria dos entrevistados rejeitam tanto Lula quanto seu governo.A pesquisa da Quaest, ainda mais recente, seria pior.
Registre-se que a rejeição pessoal de Lula seria maior que a do governo, como um todo. E não adianta colocar a culpa em Janja.
Embora seja controvertido seu comportamento, e muito criticado, seria um exagero dar-lhe tanto protagonismo.
E agora, Lula? Quem é o culpado por esse resultado? Certa feita, um parlamentar meu conhecido, disse que quem ganha a eleição é o candidato, pouco importando quem o ajuda.
Registre-se que, nesse caso, quem perde a eleição também seria, exclusivamente, o candidato.
Lula, entretanto, sempre está em busca de culpados para seus reveses.
Culpou FHC pela "herança maldita" (que seria justamente o contrário) e nunca mais parou. Chegou a culpar o Roberto Campos Neto, por problemas no Banco Central, quando o homem já não presidia o BC.
Culpou o "mercado", como se essa fosse uma entidade tangível, consciente, com CPF e endereço, por atrapalhar seu governo.
A variação cambial, igualmente, seria conspiração malévola. Até o Departamento de Estado, dos EUA, teria apoiado, sabe-se lá como, a Lava Jato.
Há, no entanto, algum mistério nisso tudo. Aqueles que atribuem, exclusivamente, a oscilação da aceitação ou rejeição, de um governo, ao desempenho econômico estão em dificuldades.
Já que dois fundamentos vão muito bem: o crescimento do PIB foi surpreendente e o desemprego nunca esteve tão baixo.
Entretanto, mesmo assim, Lula e seu governo descem ladeira. Como explicar? Eis o busílis. Quem Lula irá culpar pelo seu fracasso pessoal e do seu governo?
A ministra da saúde? O Juvenal? O "Bessias"? Algum encosto? Por via das dúvidas, todos os ministros e aliados estão com as barbas de molho. E os bigodes também.
Exceto a ministra da saúde. Que talvez por não ter barba, nem bigode, já rodou.
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com
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