Ordem do Dia 25/04/25
Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia

O escândalo do INSS, estimado no furto qualificado de bilhões de reais, não pode ser inteiramente atribuído ao governo Lula. Teria começado no governo Bolsonaro.
Mas, a partir de 2023, escalou fortemente, alcançando proporções cinematográficas. As vítimas não poderiam ser mais emblemáticas, assim como os criminosos.
De um lado, a fragilidade: humildes aposentados e pensionistas, furtados em seus magros recursos.
De outro, a prepotência: altos servidores, a elite do serviço público, remunerados com saláriosestratosfericos, concursados, estáveis, etc. O próprio privilégio degenerado. Bandidos da pior espécie.
O conteúdo simbólico da ação delitiva evoca o que há de pior no ser humano. Nojento. São fruto da esquerda corporativa, viciada, pelega, de origem sindical. Um traço fascista da velha CLT, que formatou milhares de "cumpanheiros". Inclusive o próprio Lula.
Os hábitos são conhecidos: sangue-sugas do imposto sindical, inventaram uma nova forma de espoliar miseráveis desavisados. Sugados na juventude, velhos trabalhadores vêem-se roídos na velhice. Por cínicos predadores.
O produto do roubo foi transformado em bens de luxo: os mais visíveis são automóveis dignos de estrelas do cinema, ou milionários do Rock: Ferrari, Porsche, Rolls Royce, etc. Que coisa.
É de se imaginar as farras correspondentes. Entretanto, a suposta indignação, que alguns tentam demonstrar, esconde outro sentimento, esse visceral: medo.
Vindo da seguinte questão: como vão reagir? O que dirá, e fará, a opinião pública, já inflamada? Haverá "Block buster's" nas ruas? As sinecuras se colocarão em risco? O que será da minha "boquinha"?
A revolta de 2013 começou por causa do preço das passagens dos ônibus urbanos. Coisa a toa. Tal como surgiu, desapareceu. Mas deixou um gosto amargo e pavimentou a Lava Jato.
E ajudou na ascensão da extrema direita no Brasil. Fomentou o negacionismo, o terraplanismo, a ignorância militante. Sem precedentes, até então. O 8 de janeiro seria um reflexo dessa turba ensandecida.
Essa ação do crime organizado, por servidores públicos, uma máfia burocrática, parece bastante representativa. Resultará em maiores questionamentos? Eis o busílis.
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com
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