Ordem do Dia 25/10/23
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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia.
O Brasil parece que já tem seu próprio Oriente Médio: ficaria no Rio de Janeiro. Com seus traficantes, milicianos, corruptos e congêneres. Especialmente, considerando a grande violência que promovem.
Teríamos também nossa “faixa de Gaza”, localizada na baixada fluminense. Pelas mesmas razões. Mas nem sempre foi assim
Houve tempos em que o Rio era referência nacional e internacional. Assim como Carmem Miranda, por exemplo, a carioca (nascida em Portugal) que já foi a mulher mais bem paga dos EUA, quando lá atuou, segundo Ruy Castro (autor da biografia sobre essa grande artista).
Todavia, assim como Carmem, o Rio desvaneceu-se em seu próprio glamour… Nós, mineiros do interior – e vizinhos da terceira idade – nos lembramos que o Rio já foi um grande sonho de consumo, quase inacessível. Uma glória, para muitos.
O mesmo pode-se dizer dos paulistas do interior. Renato Teixeira, o caipira paulista por excelência, compôs uma bela música sobre isso: cantando uma emocionante viagem que fez ao Rio, quando criança, na companhia do pai.
Era uma grande emoção visitar o Rio. Um meta idílica, talvez. Continua sendo, mas num sentido bastante diverso.
Hoje, temos medo de ir ao Rio. Assim como temos medo de ir ao Oriente Médio. Por mais emocionantes que sejam ambos os destinos, melhor evitar.
E a sensação que o Rio passa, para nós, seria parecida com a que temos do Oriente Médio: lugares sem solução.
Cujos problemas, em grande medida, se apresentam além da nossa compreensão.
E se fosse cantar, hoje, uma “marchinha” sobre esses lugares, talvez Carmen Miranda evitasse uma de suas carnavalescas. E cantasse uma marcha fúnebre. Em ritmo “explosivo”. Para nossa grande tristeza…