Ordem do Dia 25/09/23
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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia.
O eleitor médio da polarização política, seja petista ou bolsonarista, enfrenta cada vez mais desafios às suas convicções.
Primeiro, foi a operação Lava Jato, seguramente o fenômeno que muito desgastou os governos petistas, fortalecendo a ascensão da direita bolsomita.
A Lava Jato, execrada pelos petistas, passou a ser combatida também por Bolsonaro, por causa do problema das rachadinhas.
No mesmo sentido, vieram os “legalistas”, empreiteiras, STF, etc., após os vazamentos das mensagens de Moro e Dalagnol. Em certo momento, a Operação tornou-se alvo preferencial.
Viu-se apedrejada por todos os lados, tal qual a “Geni”, da música homônima. Depois foi o STF. Esse órgão, negou todos os pedidos de habeas corpus, que poderiam ter livrado Lula de seu martírio.
Permitiu a prisão do réu, a partir da condenação em segunda instância, o que enviou Lula para a cadeia. Negou, até mesmo, permissão para a ida do homem ao enterro de um parente próximo, tratando o atual presidente como um presidiário comum.
De repente, o STF libera geral, dando condições para Lula ser reeleito, uma terceira vez. Já Bolsonaro, elegeu o TSE, e as urnas eletrônicas, dois de seus principais inimigos. Acabou sendo declarado inelegível por causa disso.
Os Bolsonaristas viam o TSE como asseclas do petismo. De modo surpreendente, PL e PT se unem contra o TSE, a presidente do PT, Gleisi Hoffman, ataca frontalmente esse Tribunal, sugerindo sua extinção.
Criticada por ministros do STF, inclusive por “não ser uma pessoa brilhante” e por “não ter aprendido nada, nesses anos todos” (sic), Gleisi volta à carga contra Alexandre de Moraes, o arqui inimigo dos bolsonaristas.
Ato contínuo, Flávio Bolsonaro (que foi fotografado conversando amistosamente com Moro), decide acionar a AGU (do governo Lula…), a partir do Senado, para defender o TSE (e, por extensão, também a Alexandre de Moraes), processando Gleisi Hoffman, em razão de sua conduta. Que, teoricamente, seria aprovada por Bolsonaro.
Entenderam? Se alguém entendeu, favor explicar. Nessas horas, penso nas sábias palavras do Chacrinha, o velho guerreiro: “eu vim para confundir”. Roda, roda…
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG) e Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política. E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com