Ordem do Dia 24/04/25
Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia

Uma das profecias de Nostradamus, sempre crípticas, anuncia um "Papa negro" e a decadência da Igreja Católica. Seria o início dos trabalhos apocalípticos.
O tal "Papa negro" poderia ser o próprio Francisco, visto que assim é chamado o chefe da Ordem dos Jesuítas, à qual pertencia o finado Papa. Quanto à decadência da Igreja Católica, há controvérsias.
Embora não seja, atualmente, tão poderosa quanto foi, qual instituição, secular ou religiosa, lhe faz sombra?
Qual seria tão longeva, espraiada e reuniria tantos adeptos? A decadência, portanto, seria relativa.
Embora subsistam controvérsias sobre a passagem histórica de Jesus sobre a Terra, seja pela ausência de documentos oficiais, ou mesmo pela inexistência de comprovados vestígios arqueológicos, esse tema não teria muita relevância objetiva. Haja vista o resultado do cristianismo.
Tendo Cristo existido apenas como mito, ou como verdadeiro personagem histórico, o movimento cristão dispensa apresentações.
Quanto à Igreja Católica, especificamente, em que pese o fato de sua trajetória não ter sido exatamente iluminista, foi certamente civilizatória.
Não nos esqueçamos de que a Igreja sempre foi patrona das artes, da cultura e da educação. Especialmente no Ocidente.
A Igreja catequizou a barbárie medieval europeia e transformou o Novo Mundo num território cristão.
Seus detratores não se esquecerão de seus momentos obscuros, como a Inquisição, por exemplo.
Entretanto, o fato da Igreja ter sobrevivido a tal erro monumental pode sugerir seu toque divino. Qual instituição, ao longo da história, perseverou diante de tamanho desacerto?
Impérios mundiais ruíram por menos. E ainda hão de ruir mais à frente. Logo, essa decadência, se comparativa, se esboroa.
Nessa medida, a escolha do novo Papa tem importância única. Pois evoca o passado, o presente e o futuro. Que pertine a bilhões de seres humanos. Não é pouco. Eis o busílis.
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com
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