Ordem do Dia 23/11/23
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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia.
Procurar estabelecer um critério de proporcionalidade, e de respeito aos fatos, seria desejável em qualquer situação. Separando eventuais opiniões, sempre parciais, de entendimentos incontroversos – se é que existem… No mínimo, seria bom observar os mesmos pesos e medidas, para diferentes análises, ações ou posicionamentos.
Dito isto, seria interessante que a política externa, praticada pelo governo Lula, viabilizasse um certo senso de proporcionalidade e de tratamento isonômico, entre partes.
Qual seja: respeitar os mesmos pesos e as mesmas medidas nas abordagens de política externa. Sob pena do Brasil perder sua credibilidade diplomática internacional.
Daí a pergunta: por que condenar Israel, por suas ações criminosas na Faixa de Gaza e, simultaneamente, defender a Rússia de Putin, que faz igual, ou pior, na Ucrânia?
E sem haver qualquer ataque que justifique tamanha violência? Qual a diferença dos civis ucranianos para os civis palestinos? Não seriam, também, mulheres e crianças inocentes, e indefesas, sendo mortas? Do mesmo jeito? Em ambas as guerras? Por qual razão defender apenas as vítimas palestinas?
Por qual razão igualar as ações do Hamas e o comportamento do governo israelense, em sua crueldade, isentando Cuba, ou Venezuela, por exemplo, que promovem barbaridades, igualmente condenáveis, com seus próprios cidadãos?
Por que não se solidarizar, pelo menos com uma mensagem pública, com as vítimas, exilados, presos políticos e desterrados dos regimes cubano, nicaraguense e venezuelano? Não merecem, assim como os palestinos, viver em paz, nas terras de seus pais a avós?
Por qual razão lamber as botas chinesas, receber o chanceler russo e, ato contínuo, hostilizar os EUA? Qual o critério, ou qual a razoabilidade, desse procedimento?
Parece não haver qualquer justificativa plausível, ou racionalidade, no comportamento do governo Lula, nesses quesitos. Apenas ideologia barata – e perigosa.
Vemos atraso, ignorância, incompreensão e má fé. Em grandes doses. Se Lula não busca ser respeitado, problema dele. Mas não tem o direito de, como chefe de Estado, envergonhar o Brasil e os brasileiros, transformando o Brasil numa plataforma de ideologias capengas. Difusor de uma diplomacia amadora.
De certo modo, Lula seria o Bolsonaro 2.0, sem qualquer preocupação com a realidade dos fatos. Bolsonaro tentou nomear seu filho embaixador do Brasil em Washington (aquele que sabia fritar hambúrguer em inglês) e se meteu a transferir a embaixada do Brasil em Israel, trazendo grandes constrangimentos internacionais.
Lula, além de condecorar Janja oficialmente, pelos seus “relevantes serviços prestados ao Brasil” (quais seriam?), dá voz e vez a seus arroubos, nas inúmeras viagens internacionais que faz o casal.
Janja seria uma espécie de “chanceler” de Lula. Ainda não sabemos em que bases funciona essa chancelaria. Mas que dá palpite, isso dá… “Bis in idem”, para nossa decepção.