Ordem do Dia 21/03/25

Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia

Mar 21, 2025 - 10:50
Ordem do Dia 21/03/25

Esta coluna, mais de uma vez, se posicionou contra a politização de princípios religiosos, ou mesmo costumes, por serem de domínio privado. Exemplos negativos não faltam. 

O maior deles seria o dos Árabes. Durante a idade média, quando a Europa não iria muito além de um  amontoado de gente sem higiene, pestilenta e ignorante, os Árabes desenvolveram a matemática, os algarismos, os cálculos, especialmente a álgebra e a aritmética, a medicina, a farmácia, a metalurgia, a astronomia e a navegação. 

Preservaram o conhecimento greco-romano, das ações bárbaras. Criaram uma central de tradução e edição de textos em Toledo, Espanha. 

Entretanto, cometeram o erro de misturar religião, política e ciência. De quebra, subestimaram a contribuição das mulheres. Hoje, estariam mais atrasados que na Idade Média.

Aqui, alguns desejam o mesmo: politizar costumes e coisas assim. O último ato de perseguição deu-se contra Baby do Brasil, que foi membro do grupo "Novos Baianos". Uma troupe alegre e colorida. 

Baby era frequentadora de Pouso Alegre, quando se associou a Thomas Green Morton, juntamente com outros artistas. 

O "guru das estrelas" chegou a celebrar o casamento da cantora Simone com a modelo Isis de Oliveira, no restaurante "O caipira". Há mais de 30 anos. 

Este colunista assistiu ao evento, do lado de fora...  Baby circulava pela cidade. Simpática e acessível. 
Recentemente, foi perseguida por uma deputada do PSOL, que a denunciou, formalmente, ao Ministério Público, por ter pregado o perdão cristão em um culto. 

Pediu que as vítimas perdoassem os agressores. O MP rejeitou seguir com a  denúncia, por inepta.  O perdão cristão é questão de fé e não interfere no resultado da ação penal, mesmo que a vítima perdoe.

Chama-se de "Ação penal pública incondicionada", gerando seus efeitos,  independente da vontade do agredido. 

Esse perdão, sequer, livra o agressor das penas infernais, essas eternas. Daí vem uma deputada se meter em criminalizar questões de fé. 

Temos "Torquemadas e Savonarolas" a praticar a Inquisição no Congresso Nacional. Costume medieval. Também mal-cheiroso. Como diria Salvatore, personagem de "O nome da rosa": "penitenziagite!".

* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com 

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