Ordem do Dia 20/02/24

continua depois da publicidade

Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista Político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia. 

Lula compara as ações de Israel, contra os palestinos, às ações dos nazistas, contra os judeus. O governo israelense reagiu de modo hostil, convocando o embaixador brasileiro para uma “reprimenda” diplomática. E acabou por declarar Lula, oficialmente, “persona non grata”, naquele país.

A comunidade judaica organizada, com representação no Brasil, fez o mesmo, divulgando notas de protesto. Haveria outros ecos, na comunidade internacional, condenando a “infeliz” comparação de Lula.

Essa seria, no nosso entendimento “nacional”, apenas mais uma, entre as muitas, besteiras ditas por Lula. Não daríamos maior importância, pois estamos acostumados às barbaridades presidenciais. Não só de Lula.

Some-se, à falta de noção do atual presidente, os absurdos ditos por Dilma, bem como as manifestações grotescas de Bolsonaro.

A presidência brasileira tem sido ocupada, nos últimos anos, por uma sucessão de “fenômenos” cognitivos. Bom senso não seria umas das qualidades, normalmente, atribuídas às diatribes presidenciais.

Por outro lado, a pura e simples condenação à Lula seria igualmente tola e maliciosa. Classificá-lo de “antissemita” seria tão impróprio quanto considerá-lo um “douto”. O homem não seria nem uma coisa – nem outra.

A tentativa do ex-chanceler, Celso Lafer, de tratar conceitualmente da questão, em recente artigo, soa igualmente exagerada.

Sejamos objetivos: se tratar cruelmente um grupo de pessoas inocentes, negando-lhes o direito de organizar o próprio Estado, seria “coisa de nazistas”, há outros que se parecem com eles.

O atual governo israelense estaria fazendo o mesmo, com milhares de palestinos. Não seria isso que Lula pretendeu dizer? Ainda que de modo equivocado?

O antissemitismo se apresenta como um procedimento político perverso, muito elaborado, para o estilo de Lula.

Os nordestinos, do alto de sua conhecida, e irônica, sabedoria, classificariam esse comportamento lulista de “abestalhado”. Parece uma visão mais adequada, que a do eminente Celso Lafer, por demais sofisticada, “datavênia”…

* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG) e Direito Administrativo (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com