Ordem do Dia 19/10/23

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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia. 

O jornal Washington Post publicou extensa reportagem, nesta semana, sobre episódios de anti-semitismo, ocorridos em algumas das mais renomadas universidades americanas.

Acrescentando que estudantes de origem judia têm se sentido isolados e intimidados. Esses fatos estariam de acordo com recente pesquisa, realizada nos EUA e citada nesta coluna, segundo a qual 72% dos americanos desejam uma solução humanitária para o sofrimento do povo palestino.

O que indica que, certo ou errado, estaria havendo uma associação direta entre a brutalidade histórica contra os palestinos e o comportamento do Estado de Israel. Mesmo as obviedades merecem ser apresentadas, diga-se.

Entretanto, seria tolice pensar que esse tipo de preconceito, que aflige os judeus, seria decorrente dessa guerra em curso. Nem tampouco as violências nazistas seriam um acontecimento isolado.

O fato é que o povo judeu, por razões que não ouso especular, sofre histórica perseguição. O que, por outro lado, não justifica o comportamento israelense em relação aos palestinos.

Duas obras seriam relevantes para se dimensionar, no tempo, o preconceito contra os “assassinos de Cristo”. Uma, de autoria da historiadora norte-americana Barbara W. Tuchman, “Um espelho distante”, aborda, também, o comportamento brutal contra os judeus na Europa, em geral, durante a baixa Idade Média.

Era costume, generalizado, assediar os bairros judeus, sem qualquer motivo real. Outra obra se insere na, suposta, inofensiva literatura juvenil: “Ivanhoé”, de autoria do escocês Walter Scott, publicada em 1820.

Houve até um filme sobre essa história, estrelado pela estonteante Elizabeth Taylor, em uma de suas melhores performances.

O antissemitismo de “Ivanhoé” é impactante, e chocante, de diversas formas. O tratamento dado à personagem de Taylor, a filha de um rico banqueiro judeu, é detestável.

Mostra a predisposição antisemita européia, que se apresenta de diversas formas. Trata-se de uma questão milenar. A respeito da qual muitos, no ocidente, não têm interesse, compreensão ou paciência. Segue o barco.