Ordem do Dia 18/08/23
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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia.
O depoimento do suposto hacker Walter Delgatti, dado à CPI dos atos golpistas em rede nacional, foi escandaloso. Mas qualquer abordagem sobre o tema merece a devida cautela. Vejamos.
O que está provado, até o momento, seria que se trata de um estelionatário, réu confesso, acusado de prejudicar dezenas de vítimas, com uma considerável “folha corrida”.
Até aí todos concordam, dado que as atividades criminosas de Delgatti são públicas e conhecidas há anos.
Sérgio Moro que o diga.
Esse homem, com suas ações criminosas, influenciou julgamentos no STF (vide alteração do voto de Carmem Lúcia, no caso Moro), foi recebido pelo ex-presidente da República, teria prestado consultoria ao Ministério da Defesa, envolveu-se com parlamentares e militares de alta patente, influenciou, fortemente, a eleição do atual presidente Lula, participou de estratégias eleitorais, etc, etc, etc.
Como se explica o fato de um conhecido meliante, “hacker de Araraquara”, ter acesso a alguns dos principais personagens da República? Mas nem em filmes de Fellini vemos isso. Especialmente o figurino.
Com uma camisa listrada, usando uma gravata estampada, cor de rosa “bebê”, e um terno de natureza indefinida, o hacker lembrou um dos personagens de Didi Mocó, dos Trapalhões.
Aliás, tudo que gira em torno desse imbróglio, envolvendo criminosos de todo tipo, inclusive muitos deles fardados,
é pura trapalhada, de quinta categoria. Eita povinho ridículo…
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG) e Direito Administrativo (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com