Ordem do Dia 18/01/24

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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia. 

O assassinato do promotor de justiça equatoriano, César Suárez, seria mais um capítulo da atual crise de segurança do Equador.

Entretanto, essa seria mais do que uma crise de segurança. Seria uma crise que desafia a existência de um modelo de Estado.

Essa estrutura politico-jurídica, a qual chamamos de Estado, nem sempre existiu. Mas se constitui na mais poderosa e perene invenção da humanidade. Além de ter possibilitado, em suas diversas modalidades históricas, o desenvolvimento da civilização.

O risco que se apresenta, portanto, seria o do esgotamento de um modelo de organização. O que tem se verificado também em outros países, inclusive no Brasil. Por motivos semelhantes: a eclosão, em larga escala, do crime organizado. Disputando, através da violência, a autoridade territorial. Vide Rio de Janeiro, por exemplo.

Esse esgotamento tem-se dado por razões internas. E não pelos meios tradicionais de destruição, que seria a guerra entre Estados. Logo, temos um caso de declínio e decadência de um processo civilizatório.

Seria exagerada essa análise? É o que todos desejamos. Mas os indicadores são preocupantes, até mesmo no mais poderoso Estado do mundo, os EUA, onde se vê o fenômeno conhecido por “narco-América”.

O último caso de decadência civilizatória que tivemos, o declínio e queda do Império Romano, levou bem mais de um século para ser concluído, segundo Edward Gibbon.

Mas lançou a Europa num estágio de atraso, cultural e científico, que levou cerca de 1.500 anos para ser superado. Um período chamado, por alguns historiadores, de “Idade das Trevas”.

Quando não havia Estados, apenas feudos. E também não havia civilização. Eis o busílis.