Ordem do Dia 16/04/25

Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia

Abr 16, 2025 - 09:30
Ordem do Dia 16/04/25

Daniel Noboa, presidente do Equador, foi reeleito presidente. Com expressiva diferença de 10% dos votos. 

A oposição contesta e acusa fraude. O de sempre. Entretanto, a OEA (Organização dos Estados Americanos), que atuou como observadora das eleições, atestou a lisura do pleito. 

Noboa, candidato da direita, faz um discurso, e fez um governo, centrado na segurança pública. O Equador seria o país mais violento da América do Sul. 

Seu índice de assassinatos, embora tenha diminuído no governo Noboa, permanece o maior. 
Seria um "narcoestado", segundo os teóricos. 

O crime organizado tem desfigurado diversos países.  Até a esquerda brasileira caiu em si. O atual governo propõe uma PEC da segurança pública. Finalmente, parece que abandonaram o bordão: "o bandido é vítima da sociedade". 

Essa ideia vem da "teoria do bom selvagem", de Rousseau. Um dos maiores enganadores da filosofia politica ocidental. Fez escola. E a vítima do bandido, seria simples "dano colateral"? Tenham dó. 

Os especialistas em segurança pública, em eterno conflito com a polícia tipo Derrite (secretário de segurança de São Paulo), dizem o mesmo: violência é um fenômeno complexo. 

Não se resolve a tiros. Mas também não se resolve "passando o pano" para a bandidagem, ou para policiais, promotores e juízes corruptos, que infestam os órgãos de segurança. 

O combate à insegurança pública passa, necessariamente, pelo controle dos órgãos encarregados de promover essa mesma segurança. 

No limite, a violência, seja organizada ou não, impede o direito de ir e vir das pessoas. Sem isso, não há vida em sociedade. 

E o Estado perde seu principal fundamento: evitar a morte violenta de seus cidadãos. Haveria uma situação extrema em andamento, no Brasil e em diversas outras nações. 

O crime, atualmente, controla territórios e atividades comerciais. Fazem uma festa profana. E a insensatez, que não se dá conta disso,  aplaude extasiada a violência para solucionar a violência.  

Ou permanece indiferente. Essa história vai longe.

* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com 

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