Ordem do Dia 16/12/24

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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia.

Hamilton Mourão, hoje senador, criticou a prisão do colega general, Braga Neto. Aos conformes. Entretanto, parece mais importante o que Mourão não disse.

Ao criticar a prisão, deu razões processuais para tanto. Ao estilo petista ou daquele “clubinho garantista”, formado por advogados ávidos por sinecuras. Não se referiu ao mérito da reprimenda.

Ao desqualificar a tentativa de golpe, Mourão classificou-o de “fanfarronada”. Mas não negou sua existência. Eis o busílis.

Apesar da maioria da população acreditar na tentativa de golpe, segundo pesquisa Quaest, 38% duvidam. O eleitorado bolsonarista segue crédulo.

O mesmo não se pode dizer de Mourão e de outros oficiais de alta patente. Agem conforme o protocolo – mas não esboçam nenhuma defesa consistente.

Claramente, pensam que esses militares “golpistas” não passam de trapalhões, que comprometeram moralmente a Força. Terão o que merecem. Que vergonha.

A defesa mais consistente dos “golpistas” vem do Congresso e da população, em geral. Ainda lutam. Mas, do Exército, a Força preponderante nesse tipo de assunto, não se espera nada. Porque esse movimento golpista, pelo visto, nunca foi do Exército, institucionalmente.

A escória bolsomita tentou “terceirizar” os militares. Falharam. Na história do Brasil, vivandeiras, desse tipo, nunca faltaram.

Mas, no final, sempre lhes coube, invariavelmente, o papel de vivandeiras. Qual seja: “bulir com os granadeiros em suas casernas”, ou “bivaques”, como dizia Castelo Branco. Triste sina.

* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com