Ordem do Dia 14/05/24

continua depois da publicidade

Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista Político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia. 

A ex-presidente Dilma Rousseff foi muito criticada por uma de suas tiradas. Disse que não seria possível “estocar vento”.

Referia-se à energia éolica, cuja geração seria intermitente, ao contrário das hidrelétricas, onde se estoca água, em grandes represas.

Pois Dilma antecipou o futuro: estão estocando não só vento, como também sol. E em níveis altos: a estocagem de vento, e sol, tem permitido suprir cerca de 20% do consumo de energia, em horários de pico na Califórnia.

Mas como? Através de grandes baterias, em rede, cada uma do tamanho de um contêiner. Desse modo, o excesso de energia fotovoltaica, ou éolica, pode ser “estocado” (conforme queria Dilma) e oportunamente liberado no sistema de abastecimento de energia urbano.

Segundo matéria do The New York Times isso só foi possível graças à popularização do carro elétrico, que proporcionou a queda de preços das baterias. Seria o velho ditado popular: uma coisa leva à outra…

Outro aspecto interessante dessas novas modalidades de geração, e “estocagem”, de energia, seria sua semelhança com a internet: assim como na internet, onde informação é gerada, circulada e estocada, o sistema energético estaria observando o mesmo padrão lógico.

Pelo menos na Califórnia. Restaria saber se Dilma irá receber royaltys pela ideia…

A produção de energia sempre foi, ao longo da história humana, fator de desenvolvimento civilizatório – e indutora de conflitos diversos, até a presente data.

A descoberta do fogo permitiu aos humanos cozinhar seus alimentos, tendo facilitado a digestão e a absorção de nutrientes.

O resultado disso teria sido o crescimento do cérebro e o aumento da massa muscular dos homens primitivos, além de proporcionar um excelente meio de defesa.

Segundo a mitologia grega, o responsável por ensinar aos homens o uso do fogo, Prometeu, foi severa e eternamente punido pelos deuses.

E, desde então, os homens passaram a rivalizar com os deuses, através de suas incontáveis proezas. Algumas delas, profundamente questionáveis.

Em especial, as brutalidades que as pessoas praticam, umas contra as outras, com grande “energia”. Poisé. Talvez os deuses tenham razão e Prometeu mereça sua eterna reprimenda.

* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com