Ordem do Dia 13/07/23
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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia.
Enquanto a direita brasileira se debate em depoimentos desencontrados, dados à CPI dos atos golpistas e à Polícia Federal, a esquerda realizou outro espetáculo duvidoso no “Foro de S. Paulo”. Vejamos.
As versões que circulam na mídia, relativas às condutas de Bolsonaro, Marcos do Val, Carla Zambelli e Daniel Silveira, em um suposto “plano golpista”, são risíveis.
Se confirmado o plano, urdido ao estilo de “Os Trapalhões”, teremos a representação de um roteiro digno de uma pantomima circense – de mal gosto.
Por outro lado, cientistas políticos, tais como Carlos Melo e Sérgio Fausto, lamentam o anacronismo do “Foro de S. Paulo”, que se aproximaria do delírio coletivo.
Criado há 33 anos, em resposta à queda do Muro de Berlim e da implosão da União Soviética, essa iniciativa latino-americana se alinharia ao “realismo fantástico”.
Em sua criação, o Foro teve a participação de Fidel Castro e do próprio Lula. Mas suas referências, segundo os citados analistas, se resumiriam aos exemplos de Cuba, Venezuela e Nicarágua, “casos desastrosos”. A montanha pariu um rato, diz o adágio popular. O Foro de S. Paulo teria adotado outros três.
Nessa medida, esse movimento passaria ao largo das principais questões em debate, nos cenários políticos nacionais e internacionais. Nenhum partido sério da esquerda teria participado do último evento do Foro, realizado em Brasília.
Assim como nenhum político sério da direita estaria envolvido nesse imbróglio golpista. Logo, nossos problemas não dizem respeito a lados, mas a níveis. Baixos por todos os lados.
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG) e Direito Administrativo (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com