Ordem do Dia 11/10/23

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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia. 

Qualquer discussão sobre as diatribes do Oriente Médio, atualmente, deve levar em conta uma dificuldade intransponível: seria um debate sem começo e sem fim.

Exemplo: como determinar, historicamente, “quem” seria “dono” de alguma coisa, naquela região? Ou, ainda: qual povo, ou civilização, seria merecedora de um determinado território, em detrimento de outra?

Não se tem notícia de algum cartório de registro de imóveis na Antiguidade. E, se havia, não deixou rastros. Uma das obras clássicas mais respeitadas, e conhecidas, sobre a história da Antiguidade, foi escrita pelo italiano Mario Liverani.

“Antigo Oriente” é um texto vivo, respeitado, monumental e atualizado. Nos apresenta a consolidação das inúmeras civilizações do Médio Oriente, a partir de 7.000 AC, o que abarca os períodos pré e proto históricos.

Dezenas, talvez centenas, de civilizações ali se desenvolveram, desde então. Haveria uma única certeza, assim mesmo de caráter religioso: os donos originais, daquele território, seriam Adão e Eva.

Mas há controvérsias: a serpente certamente discorda. Logo, o jornalismo raso, a diplomacia sempre parcial e os políticos de ocasião tentarão vender o seu “peixe” suspeito, pelo melhor preço.

Os incautos comprarão essa mercadoria malcheirosa. E serão, provavelmente, intoxicados pela má fé e pela ignorância. Correndo o risco de assim permanecerem pelos próximos 7.000 anos…

Portanto, cuidado. Não há respostas fáceis, nem finais felizes, nas tramas da história. Só se vive “feliz para sempre” nos contos infantis.

* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG) e Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política. E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com