Ordem do Dia 11/03/24
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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista Político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia.
A comemoração do “Dia Internacional da Mulher”, em 08 de março, vem acompanhada de um sem número de histórias, reportagens e discussões de toda ordem.
No caso brasileiro, chama a atenção um número: no ano passado, o Brasil observou 4 feminicídios por dia, em média. Esse é um número assustador, em qualquer lugar do mundo. Um recorde extremamente negativo.
Algumas pessoas tendem a pensar que essa violência, com essa intensidade, seria recente. Mas nunca se sabe, ao certo. Violência, contra as mulheres, seria um fato histórico recorrente.
O qual, assim como a brutalidade contra crianças, idosos e os mais fracos, em geral, revela a face covarde, monstruosa e doentia da natureza humana. Que nem sempre teve o necessário destaque.
Quem já ouviu falar, por exemplo, do Boko Haran? Movimento terrorista islâmico, especializado em brutalizar as mulheres, na Nigéria e região?
É de amargar: um movimento terrorista criado, especialmente, para perseguir mulheres. Infernal.
No caso do tratamento dado às mulheres, nos países islâmicos, seria um capítulo à parte. Sendo representativo da tragédia histórica daquela civilização.
Como é sabido, as mais importantes ferramentas da cultura, e da ciência universal, vieram dos árabes, em sua maioria islâmicos.
Não apenas preservaram, traduziram e difundiram, para o Ocidente, a cultura grega. Eles próprios inventaram os números, a álgebra, a aritmética, o cálculo.
E desenvolveram os fundamentos da medicina, da farmacologia, da metalurgia e da astronomia modernas. Numa época em que a Europa vivia na “idade das trevas”.
Mas a literatura árabe revela o ovo da serpente. No monumental clássico “As mil e uma noites”, na tradução e adaptação de Antoine Galland (em dois volumes), vemos as altas doses de misoginia, preconceito e de violência contra as mulheres, tratados como um traço cultural. E religioso.
Que teria recrudescido com o tempo. O resultado disso hoje é visível. A cultura e a ciência árabes, as mais desenvolvidas do planeta, no seu auge, atualmente lembram as fases mais atrasadas da Europa medieval.
Pelo visto, não é bom negócio subestimar as mulheres. Pois as mulheres, afinal, criam os homens…
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG) e Direito Administrativo (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com