Ordem do Dia 09/12/24
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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia.
A aparente epidemia de violência policial, embora assustadora, não deveria ser motivo de surpresa. Há anos vemos uma apologia da violência, seja civil ou militar. Praticada por autoridades, ou não.
Um dos fundamentos dessa ideologia da violência seria a ideia de que “bandido bom é bandido morto”. Certamente, qualquer coisa que seja inútil e ofereça perigo deve ser evitada.
Eliminada, se possível. Ocorre que não estamos falando de uma “coisa” – mas de uma pessoa. Que pode ser inocente e assim deve ser considerada, até prova em contrário.
Mas a ignorância seria tão grande que há aqueles que consideram que leis e protocolos servem apenas para proteger os bandidos. Eventualmente os protegem.
Mas não seria esse o seu objetivo. Leis e protocolos de abordagem policial servem para proteger as pessoas comuns que, em sua grande maioria, não são bandidos.
A rigor, policiais que não observam leis e protocolos não passam de gangsters armados e perigosos. Ainda mais perigosos, pois são autoridades a serviço do crime.
Tudo fica ainda mais problemático quando um senador da República, no caso Jorge Seif, de Santa Catarina, faz apologia da violência policial. Solidarizou-se com o policial que jogou um homem de uma ponte e lamentou não ter sido de um penhasco.
Se fosse um desenho animado poderia até ser engraçado. Mas não é. Esse filme passa em mentes doentias, tais como desse senador. Eleito para nos representar no mais alto Parlamento brasileiro.
Isso diz muito sobre esse senador, seus eleitores e sobre o estado do Senado da República. Estão colocando o Brasil à beira do tal penhasco.
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com