Ordem do Dia 08/11/23
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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia.
Muito se repercute, na mídia em geral, sobre os novos usos e costumes na política. Especialmente na relação entre poderes.
A questão se daria em torno da “desarmonia” institucional, ao contrário do que preconiza a Constituição. São muitas as teorias. Aqui vai mais uma.
Embora haja grande afinidade entre o Executivo e o STF, graças às indicações de ministros “amigos”, o mesmo não ocorre entre Executivo e Legislativo. Prova disso seriam as seguidas derrotas de Lula, em votações parlamentares.
A grande imprensa tem apontado um fator imprevisível, catalisando esse imbróglio: a atuação de Janja. Se a primeira dama anterior “falava em línguas” (em seus cultos evangélicos), a atual “desce a língua”, em qualquer lugar que lhe dê na telha. Até mesmo criticando o protocolo internacional, para se registrar fotos de chefes de Estado.
Numa dessas ocasiões, Janja teria insistido para ser fotografada ao lado de Lula, como se ela própria fosse mais uma “chefe de Estado”, ali presente.
Outra interferência seria de ordem interna: além de opinar, literalmente, em tudo quanto há, inclusive na taxa de juros, Janja teria afastado Lula do convívio com parlamentares.
Lula recebeu, no primeiro ano de governo, dez vezes menos parlamentares que Bolsonaro, no mesmo período.
Agora, Janja quer oficializar um “gabinete” no Palácio do Planalto (já ocupa uma sala de 25 m2), com orçamento próprio. Seria, na prática, mais um órgão governamental.
Qualquer crítica a essa conduta extravagante, para dizer o mínimo, seria taxada, pela própria primeira dama, como “machismo”, “misoginia”, etc.
Muitas foram as mulheres que influenciaram a sociedade humana, ao longo da história. E o fizeram a partir dos próprios méritos. Seria interessante que Janja apresentasse seus méritos, antes de destilar seus venenos.