Ordem do Dia 06/03/25
Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia

Quando ainda se discutia a indicação de Galípolo para presidir o Banco Central, Lula o classificou como "menino de ouro".
Ainda seria assim considerado, após aumentar duas vezes os juros e de registrar o indicativo de uma terceira alta?
Na mesma época, em meados de 2024, o presidente da República se dedicava a criticar Roberto Campos Neto, então presidente do BC, pela alta de juros.
Conforme sua ignorância padrão, e falação desenfreada, Lula demonizava Campos Neto, atribuindo-lhe os erros cometidos pela política econômica do governo. Campos Neto seria o "terror".
Esses fatos foram noticiados pela Folha de São Paulo, em matéria de capa, em 28 de junho de 2024.
Já naquela época, o dólar dava sinais de rebeldia, oscilando a cada deslize presidencial.
A inflação se enredava e Lula punha em dúvida a necessidade de se praticar a responsabilidade fiscal.
Tal qual o biruta da piada, bradava Lula: "pouco me importa se a mula é manca. Eu quero é rosetar" (sentar a espora).
Os efeitos dessa declaração se fizeram sentir no mesmo dia, e em outros mais, com a alta imediata do dólar.
A esse movimento do mercado, Lula respondeu chamando de "cretinos" os que associavam a alta do dólar à sua falação desastrada. Bem como ao seu comportamento irresponsável. Pois bem.
Nesse meio tempo, poucos meses depois, o Brasil viu-se na contingência de queimar mais de 50 bilhões de dólares, em reservas internacionais, para conter a alta dessa moeda.
A viúva raspou o cofre. Lula permaneceu em delírio negacionista, rosetando a mula manca. O resultado não tardou.
Hoje, Lula, e seu governo, experimentam as piores avaliações, "nunca antes vistas na história desse país". Reconhecerão os erros? Ou chamarão o Sidônio?
Em geral, se dedicam a reescrever os fatos. Um típico pensamento stalinista, conforme George Orwell descreveu.
E que Dias Toffoli pratica no STF, transformando o órgão numa sucursal do Vaticano, especializada na canonização dos malandros condenados pela Lava Jato.
De resto, Lula continua falando, rosetando a mula manca e vendo a reprovação popular aumentar. Segundo Lula, os que o reprovam seriam "cretinos". Nesse caso, a grande maioria dos brasileiros.
Mas talvez Lula, e seu governo, não pensem assim. Talvez não sejamos cretinos, para eles. E sim a mula que manca. Vamos rosetar!
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com
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