Ordem do Dia 06/12/24
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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia.
A articulista Dana G. Smith publicou artigo, divulgado na grande imprensa, noticiando uma mudança de perspectiva entre especialistas em envelhecimento.
Segundo a matéria, os geriatras estariam preocupados com o óbvio: mais importante que viver muito seria viver bem.
Uma alta expectativa de vida, muitas vezes, vem acompanhada de um final de vida muito ruim. Não valeria a pena viver muito – mas mal. Até que ponto isso possa derivar numa defesa da eutanásia seria a questão que se segue.
Em 1973, Charlton Heston estrelou o filme intitulado “No mundo de 2020”. Trata-se de uma ficção científica distópica, filmada numa Nova York com 40 milhões de habitantes, sufocada por um calor estival e pela fome.
A falta de água potável e comida fresca davam o tom. Só milionários tomavam banho e podiam comer regularmente. Multidões de desvalidos se acumulavam pelas ruas. A poluição e o efeito estufa tornavam tudo infernal.
Uma das alternativas encontradas, nessa ficção, foi a utilização da eutanásia em larga escala. O pior seria que as pessoas se entregavam de bom grado ao sacrifício, formando longas filas.
Morrer parecia um alívio para muitos. Há uma verdade terrível revelada no filme, a qual preservarei, em respeito àqueles que queiram assistir.
A mensagem do filme, entretanto, é opressora e foge ao estilo de Heston, um renitente galã. A abordagem da obra pode servir para uma reflexão atual. De resto, atitude que parece ficcional, considerando os costumes vigentes.
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com