Ordem do Dia 05/03/25
Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia
Numa certa cidade do Sul de Minas, nos idos dos anos 1970, havia três cinemas. Os cines Eldorado, Glória e “poeirinha”.
Confesso que não fazia uso dos empoeirados serviços do “poeirinha”, que não durou muito. Por alguma razão, fechou.
Os outros dois, por outro lado, se tornaram as alternativas mais importantes da vida de muitos munícipes, especialmente crianças e jovens.
Seriam mais interessantes, até, que o Circo. Isso teria ficado patente quando exibiram o filme “O maior espetáculo da terra”.
Seria a história de um circo, que mostrava uma realidade circense por trás do glamour. Produção grandiosa de Hollywood.
A exibição de gala da “Volta ao mundo em oitenta dias”, reunindo Cantinflas e David Niven, desvendou a diversidade do planeta para a maioria de nós. Como era grande esse mundo…
Os faroestes dominavam, até que as pornochanchadas nacionais se tornaram a obsessão dos adolescentes.
Qual não foi minha surpresa, quando me dei conta de que as crianças e jovens, do Afeganistão, nutriam os mesmos interesses pelos filmes de Hollywood.
A obra “O caçador de pipas”, grande sucesso editorial, tratou minuciosamente desse tema. Isso até o advento do Talibã, quando foram banidos os filmes ocidentais.
Hollywood tornava pequeno, e familiar, esse mundo. Finalmente, o cinema brasileiro é reconhecido pela academia do Oscar, como melhor filme estrangeiro.
“Ainda estou aqui” triunfou. A despeito da inexplicável campanha contra o filme, realizada pelos nossos “Talibãs” da extrema direita.
Não fosse esse tipo de gente, talvez um filme brasileiro fosse exibido, até mesmo, no Afeganistão.
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com
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