Ordem do Dia 01/11/23

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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia. 

A nova condenação de Bolsonaro à inelegibilidade, no TSE, trouxe uma novidade: o candidato a vice, Braga Neto, também foi declarado inelegível. De quebra, ambos foram multados, somando uma reprimenda de mais de 600 mil reais.

Entretanto, isso não parece ser um problema para o esquema do ex-presidente: basta fazer uma “vaquinha” entre seus apoiadores. A última, via Pix, rendeu mais de 17 milhões de reais. Fácil.

O fundamento dessa condenação foi o comportamento irregular dos candidatos, durante as comemorações do bi-centenário da Independência brasileira. Bolsonaro barbarizou. Braga Neto foi na onda. Se deu mal. Seria a verificação do velho ditado: “andorinha que acompanha morcego, acaba dormindo de cabeça para baixo”.

Realmente, as comemorações patrióticas foram transformadas em um circo político. Para horror dos militares mais austeros, que têm, nessa data, sua principal referência.

Além de mudanças na logística dos desfiles (com objetivos políticos), por imposição de Bolsonaro, manifestações ridículas conspurcaram a data. Ao lado de Michele, no palanque, o ex-presidente foi aclamado como “imbrochável”.
Sem comentários.

De todo modo, há controvérsias: parece certo que a segurança jurídica, das decisões do Judiciário, seria bastante relativa. Tanto, que temos um ex-presidiário, multi condenado, exercendo a Presidência da República.

E da parte do STF, na pessoa de Dias Toffoli, a tentativa de anulação das provas que levaram o homem à prisão e permitiram a recuperação de bilhões de reais, em propinas.

Para horror da OCDE (Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico), instituição internacional, composta por 38 países, com sede em Paris.

A OCDE manifestou, oficialmente, preocupação com esse desatino de Toffoli. Afinal, as provas de corrupção, obtidas, foram fruto de um esforço internacional. O esquema de corrupção petista operou em diversos países. A jurisdição do STF não pode ultrapassar o território nacional, certo? Parece que Toffoli não sabe disso.

Nem tampouco seus parentes, que advogam com grande sucesso, inclusive no STF, para sua satisfação e orgulho. Há mais semelhanças, que diferenças, no que concerne à desfaçatez praticada pelos últimos governos do Brasil.

Tivemos, por longo tempo, a imposição da mentalidade sindical, corrupta e irresponsável. Depois disso, uma experiência miliciana e golpista.

Como pano de fundo, decisões provisórias, vindas do Judiciário. Não haveria explicação fácil para esse tipo de coisa. Mas seria, definitivamente, um negócio infernal.