Ordem do Dia 01/02/24
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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia.
Certamente, a eleição municipal em São Paulo será a principal vitrine política do Brasil. Tal afirmação não se deve apenas ao fato de se tratar da maior cidade brasileira.
Outros centros políticos, de grande importância no passado, amargam evidente ostracismo. O Rio de Janeiro dispensa comentários e não empolga ninguém, politicamente.
Talvez somente o seu sistema prisional ofereça algum interesse, como o mais ilustre do país. Recebe, sucessivamente, diversos ex-governadores, deputados, conselheiros do Tribunal de Contas, chefes do crime organizado, além de outros personagens de inegável “glamour”.
Mas, também, com extensa ficha criminal. Minas, por sua vez, além de experimentar um governador “Zé Mané” (conforme marchinha carnavalesca de sucesso), vive a pior gestão financeira de sua história.
Além da completa ausência de lideranças com habilidade política, administrativa ou mesmo com algum lustre intelectual. É de chorar. Nulidades não faltam.
Já em São Paulo, teremos a conflagração de três respeitáveis forças: o atual prefeito, que tentará a reeleição, “vitaminado” pelo governador Tarcísio e pelo bolsonarismo.
Há Boulos, apoiado pelo governo petista (que ressuscitou Marta Suplicy como vice, a “professora de sexo”, segundo Maluf). E como terceira opção a deputada Tabata Amaral, esbanjando simpatia.
Segundo recentes pesquisas, Tabata teria tudo para encarnar, fortemente, a tal “terceira via”. Será? Haverá outros candidatos, de perfil duvidoso, como o anunciado padre Kelmon, trazendo um pastor como vice.
Para completar o sincretismo religioso, talvez seja o caso de propor uma chapa de vereadores, composta por muitos “pais e mães de santo”, da Umbanda e do Candomblé. Difícil será convencê-los.
Já que Kelmon sugere o papel de “encosto” de Roberto Jefferson, em retiro espiritual na cadeia. Nem banho de descarrego resolve.
A pergunta seria uma só: vai prevalecer a polarização dos últimos anos? Ou poderá haver novidades construtivas?
Seja qual for a resposta, esse será um importante teste, que poderá revelar futuras tendências políticas no Brasil. Ou, simplesmente, nos oferecer mais do mesmo.
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG) e Direito Administrativo (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com