Nova vacina contra o câncer traz boas perspectivas, afirma oncologista
O sucesso do tratamento se dá quando o sistema imunológico do paciente reconhece e produz uma resposta contra a célula desse tumor
Um novo estudo com vacinas trouxe resultados promissores para o combate ao câncer. Em junho, pesquisadores apresentaram no Congresso Americano de Oncologia Clínica o resultado de pesquisas com o medicamento aplicado como tratamento complementar para tumores oncológicos de cabeça e pescoço.
Entre os oito primeiros pacientes vacinados, nenhum apresentou a volta da doença. Porém, entre aqueles que receberam o tratamento tradicional, o câncer voltou em dois de oito pacientes.
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“A técnica vem sendo aplicada com sucesso e o tratamento é personalizado”, explica Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove), do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e PhD em oncologia pela Universidade do Porto, Portugal.
Esse tratamento tem como propósito fazer com que o sistema imunológico combata as células tumorais do organismo. “É preciso fazer uma biópsia do tumor e o sequenciamento do genoma em laboratório. O próximo passo é introduzir os fragmentos de RNA dessas mutações no vírus. Em seguida, esse material é injetado no paciente”, explica o pesquisador.
O sucesso do tratamento se dá quando o sistema imunológico do paciente reconhece e produz uma resposta contra a célula desse tumor, impedindo o seu desenvolvimento no organismo.
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“O desafio é ampliar a sua aplicação, já que cada célula dispõe de características próprias, o que demanda muito estudo ainda”, esclarece Ramon de Mello.
Outras pesquisas apontam os resultados positivos das terapias com vacinas contra o câncer de mama avançado. Um dos estudos mostra que, em 15 anos, a taxa de recorrência dos tumores entre as pacientes vacinadas foi de 12,5%, contra 60% daquelas que receberam o tratamento convencional e uma vacina placebo.
“Uma outra pesquisa também concluiu que pacientes vacinadas tiveram, em cinco anos, uma sobrevida livre da doença de 14 pontos percentuais maior do que aquelas que receberam placebo”, detalha o pesquisador.