Pesquisa aponta que a menopausa leva a alterações cutâneas


O estudo que avalia o impacto da menopausa na saúde da pele, cabelos e mucosas (em inglês Skin, hair and beyond: the impact of menopause), publicado pelo Climacteric – Journal of the International Menopause Society (IMS), apontou que entre as 87 pacientes de uma clínica de menopausa, 64% notaram algum tipo de alteração cutânea, e, pelo menos metade desse número reclamou da pele seca. Segundo o Ministério da Saúde, a menopausa é o processo natural de encerramento da vida reprodutiva de uma mulher, e é caracterizada pelo fim das menstruações. Geralmente acontece entre os 45 e 55 anos de idade.

Apesar de bastante pautado, ainda existe muita desinformação a respeito dos sintomas da menopausa, como apontou a pesquisa. “Entre os mais conhecidos, ondas de calor (fogachos), dificuldade para dormir e perda de libido, mas eles vão além. Devido às alterações hormonais, principalmente a diminuição do estrogênio, que é um dos responsáveis pela produção das fibras de elastina e de colágeno, a pele tende a ficar flácida, frágil, ressecada e também mais suscetível aos estragos causados pela exposição solar”, explica Geisa Costa, médica dermatologista.

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É importante ressaltar que a pele é um órgão vivo e que apesar de ter o poder de renovação, em algum momento, ela passa a sofrer com as consequências do tempo. “A pele precisa de estímulo constante, isso quer dizer que mesmo que a configuração natural do nosso corpo esteja programada para nutri-la e repará-la com o avanço da idade, só isso não é suficiente, tornando indispensável o cuidado diário e a associação de outros tratamentos”, esclarece a especialista, que é diretora clínica e fundadora do Art Beauty Center (São Paulo e Uberaba/MG).

Não é só o investimento em cosméticos que vai auxiliar a melhorar a qualidade da pele e minimizar essas condições. De acordo com a pesquisa, a idade de início da transição da menopausa é multifatorial e influenciada por fatores genéticos e fatores de exposição, incluindo ambientais como radiação UV e fumaça de tabaco, além do estilo de vida relacionado a hormônios, nutrição/consumo de álcool, estresse e privação de sono.

Outro estudo, o Cosmetic dermatology in menopause, publicado no The Journal of The North American Menopause Society Cosmetic Dermatology in Menopause, destaca opções de tratamento com ênfase em abordagens minimamente invasivas, incluindo toxina botulínica, preenchedores, lasers, dispositivos de radiofrequência, ultrassom focalizado, peelings, entre outros. Essas intervenções, muitas vezes combinadas, podem atingir os objetivos dos pacientes que buscam o rejuvenescimento estético.

“A combinação pode ser entre tecnologias, com aparelhos que estimulam o colágeno; a nutricosmética, produtos que devem ser ingeridos; e até mesmo os testes genéticos. Eles diagnosticam se o DNA está sofrendo algum tipo de dano e avaliam o comprimento dos telômeros, uma parte que forma as extremidades dos cromossomos e que vão encurtando com o envelhecimento. Se eles estiverem curtos, podem levar a doenças autoimunes e até a disfunção na barreira da pele, deixando-a mais ressecada do que o normal. Dessa forma conseguimos sugerir com precisão e individualidade o que ela precisa para aquele momento”, explica Geisa Costa.

Ainda que as alterações cutâneas não sejam uma queixa unânime no início da menopausa, deve-se iniciar um protocolo para prevenir os possíveis danos. “A pessoa não deve esperar o problema aparecer, como o ressecamento ou as manchas. Se ela não se cuida, precisa começar já. O skincare diário com o acompanhamento mensal pelo médico traz muito mais benefícios do que se ela deixar para fazer só quando alguma condição mais grave surgir”, conclui a especialista.