Jornalistas lançam obra sobre desastre de Brumadinho na ALMG

O Teatro da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) recebeu, na noite desta quarta-feira (23/10/19), o lançamento do livro-reportagem Brumadinho: A Engenharia de um Crime. A obra, assinada pelos jornalistas Lucas Ragazzi e Murilo Rocha, com colaboração de delegados da Polícia Federal, afirma que a ruptura da barragem da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, que provocou a maior tragédia socioambiental da história do Brasil, não foi acidente.

De acordo com os autores, a empresa Vale sabia dos riscos elevados de rompimento da barragem pelo menos desde o segundo semestre de 2017 e podia ter evitado a morte de 270 pessoas e danos à bacia do rio Paraopeba.

“O desastre de Brumadinho deixa um rastro documentado de negligência com a vida humana e com o meio ambiente”, diz Lucas Ragazzi, que relata, ainda, que o livro traz documentos que justificam o indiciamento de profissionais da Vale e da empresa alemã Tüv Süd.

Murilo Rocha explica, também, que o livro aprofunda o debate e mostra os bastidores da força-tarefa da Polícia Federal e do mundo da mineração no período entre o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, e a da mina do Córrego do Feijão. “Espero que nosso trabalho ajude a fomentar as discussões a cerca do desenvolvimento sustentável em Minas Gerais”, afirmou.

CPI – O presidente da ALMG, deputado Agostinho Patrus (PV), lamentou a tragédia, que considera uma mancha na história de Minas Gerais e dos mineiros. Em sua fala, lembrou os trabalhos da CPI de Brumadinho, que fez uma série de recomendações ao Ministério Público e a outros órgãos do Estado. “O nosso trabalho não terminou com as conclusões da CPI. Foi criado um grupo de trabalho no Parlamento que vem acompanhando o andamento dos pedidos de providência e os apontamentos feitos pelos deputados sobre esse triste episódio”, salientou. “Temos que aprender com o que aconteceu. Imagino a dor daqueles que perderam seus parentes, mas se depender da Assembleia, do Ministério Público e a Polícia Federal isso não vai se repetir”, concluiu.