Inserção no mercado de trabalho tem sido mais difícil nos últimos anos
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Escolher uma graduação, dedicar alguns anos aos estudos, se formar e, finalmente, ingressar no mercado de trabalho.
A expectativa de todo estudante que almeja construir uma carreira profissional bem-sucedida ultimamente tem sido um pouco diferente da realidade encontrada.
De acordo com uma recente pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Administração de São Paulo – CRA-SP, os egressos da área da Administração (graduados em cursos tecnológicos e de bacharelado) que se formaram há menos de 10 anos têm mais dificuldades de conseguir um emprego quando concluem a faculdade em relação aos profissionais que se formaram há mais tempo.
O levantamento, realizado entre 10 e 18 de maio, ouviu 439 profissionais (399 administradores e 40 tecnólogos na área da gestão) e teve como objetivo compreender, na prática, como foi a transição enfrentada pelos seus registrados na hora de sair dos bancos da faculdade e ingressar no mundo dos negócios.
Dos 231 respondentes formados há mais de 21 anos, mais de 80% terminaram a faculdade empregados ou conseguiram emprego menos de um ano após a conclusão do curso e, dos 222 profissionais que atuam em áreas da Administração, a maioria (62,2%) não teve dificuldades com as rotinas do emprego após a faculdade.
Já dos 125 entrevistados que concluíram o curso entre 11 e 20 anos atrás, 88 (70,4%) informaram a mesma facilidade para inserção no mercado de trabalho e, dos respondentes que disseram atuar na área, 51,8% mencionaram não ter tido problemas na execução das atividades do dia a dia.
No entanto, dos 83 profissionais que se formaram há menos de 10 anos, apenas 36 (43,4%) ingressaram no mercado de trabalho logo após a formatura e 26 (31,3%) ainda não estão empregados na área.
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Essa também é a faixa que mencionou maior dificuldade com as rotinas do dia a dia: dos 57 respondentes que já trabalham na área, 29 (50,9%) disseram ter tido algumas ou muitas dificuldades para exercer a profissão, principalmente em temas voltados ao marketing, gestão de pessoas e finanças, por exemplo.
Entre os possíveis fatores que justificam essa mudança ao longo do tempo, estão as constantes transformações que estão ocorrendo, dentro e fora das empresas, principalmente em razão do avanço da tecnologia, que fazem com que os estudantes saiam da faculdade já desatualizados para a prática desenvolvida nas organizações.
Para o presidente do CRA-SP, Adm. Alberto Whitaker, os profissionais da Administração, sejam eles recém-formados ou graduados há mais tempo, precisam se manter constantemente atualizados para conseguir lidar com os desafios que o mundo globalizado impõe diariamente.
“Já há algum tempo temos debatido esse aprendizado constante junto aos nossos registrados. A velocidade das transformações, não só do mercado de trabalho, mas da sociedade em geral, requer que estejamos sempre em desenvolvimento. Por isso, dentro do Conselho estamos sempre promovendo eventos, palestras e conteúdos que possam auxiliar os profissionais em suas rotinas”, enfatiza.
Whitaker também reforça que a responsabilidade pela educação superior não cabe apenas às instituições de ensino. “Toda a sociedade precisa debater o que é necessário para que os nossos futuros profissionais estejam cada vez mais preparados. No CRA-SP, por exemplo, promovemos recentemente o nosso 1º Fórum Conexão Empregabilidade – Da academia ao mercado, que reuniu tanto as Instituições de Ensino Superior quanto representantes de grandes empresas, com o objetivo de compreender as atuais necessidades do mercado e colaborar para a empregabilidade dos nossos registrados”, disse.
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Estágios e trainees
Outro ponto relevante mostrado pela pesquisa foi a participação dos profissionais registrados em programas de estágios e trainees.
A maioria dos respondentes (57,4%) disse não ter realizado algum estágio remunerado e, dos 42,6% que passaram por essa etapa, pouco mais da metade (51,3%) foram efetivados nas empresas em que estagiaram.
Já nos programas de trainees, que geralmente recrutam um grande número de profissionais de Administração, a pesquisa revelou que somente 13% dos respondentes participaram e foram aprovados nos processos seletivos das organizações.