Fraude na emissão de CNH pode ter envolvimento de 17 estados
Uma fraude milionária foi descoberta no Departamento de Trânsito de São Paulo e pode contar com o envolvimento de 17 estados. Descoberta no final de setembro, a operação, que ainda está sob investigação da Polícia Civil, movimentou 2,4 milhões de reais.
Além disso, foi identificado que as irregularidades que envolviam os departamentos de outros estados eram indiretas, pois como os sistemas são informatizados podem ser acessados diretamente do departamento paulista.
As infrações investigadas correspondem à emissão da CNH sem o cumprimento do processo, a transferência irregular de veículos e regulamentação de multas e débitos de veículos não pagos no sistema.
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A Operação, intitulada Gravame, teve início após denúncia de uma funcionária do Detran paulista que, ao voltar do período de férias, notou o uso indevido de seu acesso no sistema.
Até o momento a investigação afastou do cargo o principal suspeito dos crimes, um dos diretores do departamento, e tem como próxima etapa o bloqueio dos mais de mil veículos liberados ilegalmente. A intenção dos policiais é resgatar as taxas e impostos que não foram recolhidos.
Fraude na emissão de CNH
Os fraudadores cobravam de R$ 800 a R$ 7 mil pelos serviços ilícitos. Dentre estes está a emissão da CNH, documento oficial que habilita cidadãos à condução em vias públicas.
Segundo os investigadores, a fraude era feita usando dedos de silicone com a digital impressa do candidato a motorista para forjar o cumprimento das aulas e exames requeridos. O esquema também atendia motoristas em reciclagem que tiveram a carteira suspensa.
Ana Cecília, Gerente Comercial do SuperPrático, plataforma que certifica o cumprimento do processo de formação de condutores, comenta o assunto: “As fraudes que ocorrem na emissão da CNH, além de todo o esquema corrupto envolvido, têm o agravante de permitir que condutores que não passaram pelo processo exigido na legislação de trânsito possam circular livremente em vias públicas, comprometendo a segurança de todos os envolvidos, sejam em automóveis, sejam pedestres”.
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Visto que a biometria de impressões digitais eram utilizadas para executar as fraudes, a Gerente ainda comenta que “diante do ocorrido, constatamos a importância de que a autenticação biométrica seja feita em mais de um fator”.
Pesquisas revelam que um sistema multibiométrico, ou seja, que utiliza mais de um tipo de biometria para validar a identidade de uma pessoa, pode ser visto como um sistema intolerante a falhas, uma vez que se certa biometria falhar, outras serão usadas.
Em nota, o Detran-SP afirmou que neste ano, 2022, realizou 2.300 fiscalizações e 12 operações conjuntas com as forças de segurança do Estado para combater ocorrências de delitos, fraudes e corrupção e destaca que segue trabalhando para coibir práticas indevidas e prestar serviços de qualidade à população.