Falta de saneamento afeta 41,7% das crianças até 5 anos

SUS gasta R$ 108 milhões com doenças de veiculação hídrica

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As crianças ainda são severamente afetadas pela falta de saneamento. Levantamento do Observatório do Marco Legal da Primeira Infância mostra que 41,7% das meninas e dos meninos de 0 a 5 anos não têm acesso a saneamento em seus domicílios.

“A qualidade de vida é fundamental para a primeira infância e o avanço dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário são essenciais para o desenvolvimento das crianças”, afirma o engenheiro Ricardo Lazzari Mendes, presidente da Apecs (Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente).

A pesquisa também informa que 49% das crianças que residem em locais sem saneamento são negras, já a taxa de crianças brancas é de 33%.

“Promover justiça social passa pela oferta de infraestrutura em sistemas de água e esgoto. Por meio do avanço dessas obras e serviços, promoveremos a melhoria da qualidade de vida dessa população”, reforça Mendes.

O presidente da Apecs lembra que a falta de saneamento é um dos principais fatores para o avanço das doenças de veiculação hídrica como diarreia, cólera e hepatite.

A partir dos dados do DataSUS de 2019, pesquisa do Instituto Trata Brasil informa que a ausência de saneamento básico provocou mais de 273 mil internações por doenças de veiculação hídrica.

A incidência foi de 13,01 casos por 10 mil habitantes, impactando em R$ 108 milhões em gastos para o sistema público de saúde.

“Com a imunidade ainda em desenvolvimento, as crianças são as principais vítimas dessas doenças, que podem ainda levar a graves complicações”, disse.