Especialista avalia marketplace próprio como complexo, mas rentável


Os marketplaces vêm desempenhando papel fundamental no crescimento do comércio eletrônico no Brasil. Conforme levantamento da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) e da consultoria Ebit Nielsen, em 2021 este setor teve alta acima de 70% no país, movimentando mais de R$ 130 bilhões e, disso, os chamados marketplaces tiveram 78% de participação, especialmente no segmento B2C.

O setor cresceu até mesmo acima do e-commerce em geral, alcançando taxa anual de 52%. Um resultado que, na análise de especialistas da área, se deve às possibilidades que esta modalidade traz às empresas dos mais diversos ramos, permitindo não apenas revenderem seus produtos em grandes sites, como Amazon, Americanas, Magalu e outros, mas também estabelecer canais próprios, onde podem também comercializar itens de outros parceiros.

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Um dos que compartilha desta opinião, Eduardo Oliveira, CEO da F1 Commerce, empresa especializada em plataformas para e-commerces B2B, B2C e marketplaces. Segundo o executivo, as ferramentas tecnológicas disponíveis atualmente permitem integrar diversos parceiros estratégicos em canais próprios, por meio de uma estrutura centralizada, o que dá vazão às companhias para operarem tanto nas vendas para outras empresas, quanto para o consumidor final.

“O objetivo final, claro, será sempre o aumento do faturamento da empresa em cima de cada venda realizada”, comenta o especialista. “Para isso, é necessário estar munido de aparato tecnológico, que possibilite conectar clientes e lojistas através de um canal único, independentemente dos setores envolvidos. Afinal, estamos falando de uma intersecção que pode incluir desde associações comerciais e industriais, até empresas com foco em beleza, eletro, materiais de construção, moda, saúde, franquias, entre tantas outras”, explica.

Na análise de Oliveira, trata-se de um mercado complexo, pois envolve desafios como a escolha de uma plataforma de marketplace com recursos que beneficiem os três agentes, gestor, lojista e comprador, além de passar pela integração de tecnologias, somando dezenas de APIs e ERPs de uma forma fácil e escalável, o que demanda alto conhecimento técnico e uma estrutura robusta de suporte.

Por outro lado, a complexidade também traz consigo alta rentabilidade. “Nas vendas B2B, a tomada de decisão por parte do comprador é mais demorada. Primeiro, porque as empresas pesquisam e comparam diversos fornecedores e orçamentos, então uma solução é personalizar o conteúdo para cada cliente, oferecendo as informações técnicas de acordo com suas necessidades. A personificação do canal para cada processo depende também do parceiro tecnológico. Mas é um trabalho que compensa, pois são vendas para um público qualificado, que oferece grandes oportunidades”, avalia o CEO.

Ainda segundo o especialista, também é fundamental que os lojistas e os gestores de marketplaces contem com painéis para acompanhamento personalizado e individual dos resultados, bem como façam o gerenciamento de comissionamento, melhor ainda se este for de forma automática. A divisão dos valores de venda e a comissão automatizada na mesma plataforma são também ferramentas indicadas.

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Complementam a lista de dicas utilizar plataformas que estejam conectadas a datacenters de alta disponibilidade, para garantir as operações sem interrupções, e recursos tecnológicos como checkout único, buybox, regras de entrega e outras funcionalidades voltadas às vendas, gestão e crescimento dos marketplaces.

“Vale lembrar, ainda, que é preciso trabalhar com estoque próprio ou de terceiros, construindo um bom mix de produtos, compartilhando os custos entre os lojistas e conectando-os à  base de consumidores. A gestão dos processos e dos vendedores, potencializando experiências omnichannel e de marketplace com funções como gerenciamento de pedidos, comissionamento e promoções também é de suma importância”, finaliza.